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21 fatos nada assustadores sobre a vida do cineasta Zé do Caixão

As histórias sobre José Mojica Marins, que morreu hoje em São Paulo aos 83 anos, mostram que o pai do cinema de terror do Brasil era uma pessoa muito divertida.

1) José Mojica Marins nasceu em 11 de março de 1936, na Vila Anastácio, em São Paulo. Foi registrado dois dias depois: numa SEXTA-FEIRA 13.

2) Quando era criança, Zé do Caixão morou no segundo andar de um cinema administrado por seu pai. Foi assim que começou sua paixão por cinema.

3) Adolescente, ganhou uma câmera de presente e passou a produzir seus filmes, no começo, bem convencionais. Tinha até faroeste.

4) Nos anos 50, fingiu ser mais velho em uma entrevista porque tinha medo de que, sendo adolescente, não lhe dessem crédito.

5) O personagem Zé do Caixão nasceu em 1964, de um pesadelo que o artista teve. No sonho, um homem de roupas pretas o arrastava para dentro de uma cova e ele conseguia ler seu próprio nome na lápide.

6) Os filmes de terror de Zé do Caixão, que o tinham como personagem principal, começaram nos anos 60. Os títulos já mostravam o que o telespectador iria encontrar. "À meia-noite levarei tua alma", que lançou o personagem, teve duas continuações: "Esta noite encarnarei no teu cadáver", de 1967, e "Encarnação do demônio", já em 2008.

7) A vida de Zé do Caixão virou o livro "Maldito: A Vida e o Cinema de José Mojica Marins, o Zé do Caixão", dos jornalistas André Barcinski e Ivan Finotti. Depois, o livro virou uma série de TV em que Mojica era interpretado por Matheus Nachtergaele.

8) No livro "Maldito", os autores revelam que Mojica teve de lidar com extrema falta de dinheiro, censura do tempo da ditadura (1964-1985) e alcoolismo na vida. Mas, na fachada, havia uma narrativa diferente, em que ele fingia viver com muito dinheiro.

9) Esse personagem milionário, que dizia morar numa mansão em São Paulo enquanto dividia com a família um apartamento de um quarto, permeou os filmes de Zé do Caixão nos anos 70.

10) E, com o tempo, Mojica e seu personagem foram se misturando, quando o artista passou a dar entrevistas como o próprio Zé do Caixão. Entre suas lorotas, dizia que tinha 21 filhos de sete mulheres (na verdade, eram sete filhos, de três mulheres).

11) O diretor criou a sua própria escola de atores, que ajudavam a custear os filmes e ainda atuavam nas produções. E não era fácil para eles, não. No estúdio montado em uma sinagoga abandonada de São Paulo, os futuros artistas eram desafiados a comer minhocas com groselha, deitar-se entre cobras e serem enterrados.

12) Uma das marcas registradas do artista eram suas unhas tão longas que chegavam a fazer curvas . Ele manteve esse visual macabro por décadas.

13) Mojica virou um dos maiores nomes do cinema de horror e foi reconhecido internacionalmente só nos anos 90. Tudo isso sem ter estudado ou lido um livro sobre cinema.

14) Para o diretor, filme tinha de ter "bunda de muié" e sempre tinha muita gente pelada.

15) O regime militar não gostava nada das produções do cineasta. Tudo caía nas mãos da censura e, quando criaram a Embrafilme, órgão brasileiro que fomentava o cinema, Zé do Caixão era vetado, o que impossibilitou o crescimento de seu trabalho.

16) Zé do Caixão saiu dos filmes para as revistas em quadrinhos e programas de TV. Nos anos 2000, teve um programa tipo talk show: "O Estranho Mundo de Zé do Caixão", no Canal Brasil.

17) Os entrevistados entravam tanto na onda do apresentador que contavam segredos de experiências malucas, como encontros com espíritos e seres extraterrestres. E Zé do Caixão, para piorar (ou melhorar), confundia-se com o nome dos entrevistados tornando tudo mais engraçado. Chamou, por exemplo, o Inri Cristo de "Henry".

18) André Barcinski, que dirigia o programa, contou que a confusão era tanta que quase nenhum nome de entrevistado sobrevivia ao apresentador. Com isso, Lorena Calábria virou Lilian Calabresa e Emicida tornou-se "o cantor Homicida".

19) Mojica estava recluso havia cinco anos, por estar com problemas de saúde. Dois anos atrás, ficou muito bravo porque deram uma notícia falsa de sua morte. Em sua rede social, ele lançou uma praga contra as fake news.

20) "E agora, realmente, a minha praga para os idiotas: Você que é um asno, imbecil e utiliza a dádiva da vida para azucrinar a vida dos outros plantando boatos, notícias falsas, procurando sempre prejudicar e denegrir a imagem de outras pessoas, que você receba tudo o que está plantando mil vezes potencializado, e que realmente tenha homéricas disenterias em público, até que saia toda a merda que reside em teu ser", amaldiçoou o artista.

21) Mojica, o Zé do Caixão, morreu nesta quarta-feira (19), de broncopneumonia, em São Paulo.

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