A Prefeitura de São Paulo desistiu da instalação de 200 câmeras que fariam o monitoramento do Carnaval deste ano. O videomonitoramento era uma novidade exigida pela administração no pacote cobrado da empresa autorizada a explorar o evento, a Dream Factory.
A decisão foi tomada nesta sexta (9), cinco dias depois que o estudante Lucas Lacerda Silva, 22, morreu eletrocutado ao encostar em um poste de iluminação em que, supostamente, havia um "gato" para a instalação de uma dessas câmeras. Segundo a prefeitura, a instalação não tinha autorização do poder público e foi feita por uma empresa terceirizada pela Dream Factory, a GWA Systems.
A Dream Factory é a empresa escolhida pela prefeitura — via chamamento público, uma modalidade de concorrêcia — para gerir o Carnaval de rua da cidade, que, segundo a administração, deve sair a um custo de R$ 20 milhões.
A empresa recebe patrocínio da Ambev, que explora comercialmente os locais dos blocos, e não há custo para a prefeitura.
Com a hashtag #JustiçaParaLucas, usuários do Twitter cobraram providências na investigação da morte, que está sob inquérito no 4º DP da Consolação. A polícia ouviu os empresários e aguarda o laudo da morte do estudante.
Em nota, a Secretaria de Prefeituras Regionais disse que "o monitoramento remoto será feito pela plataforma City Câmeras, que já dispõe de 1.100 câmeras".