Principal investigador dos crimes do PCC (Primeiro Comando da Capital) em São Paulo, o promotor público Lincoln Gakiya afirmou hoje (15) ao BuzzFeed News que é FALSO o alerta sobre uma suposta retaliação da facção criminosa marcada para o final de semana. O alerta tem viralizado no WhatsApp e chegou a ser divulgado pelo cantor Lobão no Twitter.

ATENÇÃO,AMIGOS:HÁ RUMORES SÓLIDOS DE QUE O PCC REALIZARÁ UMA FORTE OPERAÇÃO DE RETALIAÇÃO NA CIDADE DE SÃO PAULO ENTRE HOJE E DOMINGO.RECOMENDA-SE CAUTELA E QUEM PUDER FICAR EM CASA QUE FIQUE
"É tudo fake, não tem procedência nenhuma. Estamos desmentindo isso", disse o promotor, que continuou: "Estamos monitorando o PCC, com o comando das polícias, tanto no sistema prisional como nas ruas e isso não procede".
Gakiya foi quem iniciou os pedidos de transferência dos chefes do PCC, incluindo Marco Herbas Camacho, o Marcola, para presídios federais. Sob ordem judicial, Marcola e outros 21 líderes da facção foram transferidos há dois dias para três presídios federais.

Os presos transferidos representam a cúpula da facção criminosa e ficarão em isolamento total, no esquema de RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) por dois meses. Além disso, a previsão é de que fiquem por pelo menos um ano nas prisões do governo federal.
"Esta é só uma fase do combate ao crime. Agora, a gente tem de identificar quem vai ficar na liderança [do PCC]", disse o promotor.
Em 2006, uma série de ataques do PCC e retaliações da polícia culminaram com a morte de cerca de 500 pessoas em pouco mais de uma semana.
A morte de Gakiya foi encomendada pela cúpula do PCC há pouco mais de um mês, enquanto ainda tramitava a decisão para a transferência de Marcola.
O promotor encontrou dois "salves" que tratavam do assunto, em bilhetes codificados, que saíram do presídio de Presidente Bernardes pelas mãos de mulheres de presos.