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Grupos antivacina no Brasil divulgam 4 vezes mais notícias falsas durante a quarentena

Fake news sobre vacina falam desde que ela é feita de feto abortado até que ela altera o DNA das pessoas.

Enquanto se aguarda o lançamento de uma vacina contra o novo coronavírus, as notícias falsas sobre a vacina quase quadruplicaram no Brasil. Segundo estudo realizado pela União Pró-Vacina da USP (Universidade de São Paulo), em três meses (de maio a julho), a produção de fake news saltou de 18 para 87 publicações nas redes sociais. E 47,7% delas partiu de apenas 6 usuários.

Cerca de 27% das notícias falsas falam de conspirações sobre a fabricação do antiviral e 24,5% mentem sobre ineficácia e perigos da vacinação. O empresário Bill Gates é citado em 14,2% desse conteúdo. As fake news sobre Bill Gates estar "por trás" do vírus cresceram nas redes sociais, mundialmente, em junho passado.

Outros 14,8% dos conteúdos falsos dizem que a vacina causa alterações no DNA. E, juntando antivacina e movimento pró-vida, 8,4% das fake news falam que a vacina é feita de fetos abortados.

O estudo da União Pró-Vacina foi lançado nesta sexta-feira (21) junto com uma pesquisa realizada pela ONG internacional Avaaz. A entidade analisou o alcance das redes internacionais de desinformação em cinco países (Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e Itália). Em um ano, as publicações falsas sobre saúde atingiram cerca de 3,8 bilhões de visualizações no Facebook. Desse total, 30% eram fake news sobre uma nova vacina contra o coronavírus.

O estudo da Avaaz revelou ainda que os dez maiores propagadores de notícias falsas tiveram, neste período, quatro vezes mais alcance no Facebook do que as dez principais instituições sanitárias, incluindo a OMS (Organização Mundial de Saúde).

As duas pesquisas, que têm apoio do Instituto Questão de Ciência, ONG que aponta distorções da ciência no discurso público, revelam que cresce a indústria de fake news sem o devido amparo legal para combatê-la.

Segundo a coordenadora de campanhas da Avaaz, Laura Moraes, o projeto de lei de fake news que tramita no Senado não vislumbra a correção das notícias falsas de saúde nas redes sociais.

"No texto aprovado no Senado, não tem nenhum tipo de mecanismo legal que consiga mitigar o impacto que essa desinformação tem na sociedade. Ninguém é responsabilizado para que a informação correta seja levada ao usuário", destaca Laura. Ou seja, a notícia falsa simplesmente sai do ar, sem que o usuário saiba o que motivou o desaparecimento daquela "notícia".

Segundo ela, a recomendação da Avaaz é que as as redes sociais sejam responsáveis por distribuir as informações verdadeiras quando estas estiverem disponíveis. "Existe um algoritmo que amplifica o conteúdo das notícias falsas. A maneira mais correta seria obrigando as plataformas a fazer com que a correção da notícia seja amplificada."

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