Enquanto a capital reabre nesta quarta-feira (10) o comércio e vários municípios tentam retomar parcialmente as atividades, o estado de São Paulo registrou o segundo recorde consecutivo no número de mortes por Covid-19.
Segundo dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde, foram registrados 340 mortes nas últimas 24 horas. Ontem, foram 334.
São números que tendem a crescer nos próximos dias, segundo cálculos do próprio governo. Desde o início da pandemia no Brasil, o estado de São Paulo já registrou 9.862 mortes. O centro de contingência do coronavírus que assessora o governo do estado calcula que, até o final do mês, chegue-se ao máximo de 22 mil mortes, ou seja, mais que o dobro registrado nos últimos três meses. A versão mais otimista do governo estima em 16 mil o número de mortos da pandemia. Isso se a população mantiver a taxa de isolamento em 50%.
Até agora, foram registrados 156.316 casos de Covid-19 no estado. A estimativa até o final do mês é 190 mil a 265 mil casos da doença.
Em entrevista, o governador João Doria (PSDB) disse que não há arrependimento do governo sobre o plano de flexibilização da quarentena.
Algumas regiões, como a de Ribeirão Preto, tiveram de retroceder na reabertura da economia por causa do aumento da incidência da doença. Em São Paulo, segundo o coordenador do centro de contingência do coronavírus, o médico Carlos Carvalho, há "nítidos sinais de estabilização".
O crescimento da doença no interior do Estado, segundo o médico, estava dentro do previsto. "Os números que estamos vendo estão dentro do que se esperava", disse ele na entrevista.
Até as 11h desta manhã, havia 4.953 pessoas internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) no estado. A taxa de ocupação é de 69,1% no estado e de 76,6% na Grande São Paulo.
O governo estabeleceu cinco estágios da quarentena, que vão do isolamento mais rigoroso (vermelho, chamado de alerta máximo) ao azul, o chamado "novo normal". Entre 27 de maio, quando começou o plano, e hoje, houve um retrocesso na maior parte do território. Ribeirão Preto, Barretos e Presidente Prudente retrocederam para o isolamento mais rigoroso e outras regiões, que estavam na fase 3, de flexibilização, voltaram à fase dois, chamada fase de controle.
No entanto, a região metropolitana de São Paulo, que concentra a maior taxa populacional, evoluiu para a fase 2, saindo do isolamento total e se igualando à capital. O que determinou a mudança foi a melhora da capacidade hospitalar, um dos critérios para a flexibilização.
