Conheça esses truques simples para identificar carne estragada

    Após escândalo dos frigoríficos, é preciso ficar mais atento do que nunca à cor e ao cheiro da carne. Ácido ascórbico e outros conservantes flagrados pela PF nos frigoríficos podem ser usados, segundo as normas sanitárias. O problema é o excesso.

    A operação Carne Fraca, da Polícia Federal, apontou uma série de fraudes cometidas por grandes frigoríficos do país para driblar a fiscalização e comercializar até carne estragada.

    O BuzzFeed Brasil consultou dois especialistas, uma em nutrição e outro em processo industrial de carne, para saber como você pode identificar se a carne que você compra está boa. E saber também quais os riscos que se corre consumindo esses produtos depois do escândalo dos frigoríficos.

    O pesquisador da área de Pecuária e Engenharia de Alimentos Pedro de Felício (Unicamp) afirmou que é preciso ter cautela, mas não se deixar levar pelo medo. A professora do Departamento de Nutrição da UFPR Christiane Queiroz afirmou que não é preciso suspender o churrasco, mas ficar atento à carne na hora de comprar.

    Como não tem como fazer nenhum teste químico em casa, a dica é confiar nos testes sensoriais, explicam eles.

    1. Em primeiro lugar, olhe a cor da carne bovina. Tem de ser vermelha, puxando para cereja. Carne marrom indica que já pode haver um processo de deterioração. E fuja da carne esverdeada.

    2. Preste atenção ao cheiro. A carne bovina tem um cheiro característico. Quando começa a estragar, esse cheiro fica forte demais, incomodando o olfato.

    A exceção é na hora de abrir o pacote da carne embalada a vácuo. Ao abrir a embalagem, ela cheira bem forte, mas esse odor passa logo. Se persistir, não consuma.

    3. Fique atento ao toque. Quando uma carne está para estragar, sua textura pode ficar viscosa. Quando você toca, parece que a superfície está limosa ou pegajosa.


    4. Já a carne de frango, que tem uma coloração leve, só muda de cor quando está muito estragada. O melhor é tocar na carne. Ela tem de ser firme ao toque.

    E não compre aquela peça meio congelada, meio descongelada. Isso é sinal de que ela não foi acondicionada direito.

    O pesquisador Pedro de Felício explicou que os produtos que podem ter sido fabricados com carnes estragadas são os embutidos, como as salsichas. E o processo de pasteurização e tratamento do embutido tendem a reduzir os riscos de efeitos danosos ao organismo do consumidor.

    "Eu só me preocuparia com os embutidos, mas temos de lembrar que são pasteurizados, o que diminui os risco. Mas é claro que ninguém gosta da ideia de comprar alimento deteriorado", disse ele.

    As substâncias adicionadas à carne divulgadas no relatório da Polícia Federal não ferem as normas sanitárias, explicou a nutricionista Christiane Queiroz. O problema é a quantidade. São substâncias antioxidantes (como o ácido ascórbico, que, na verdade, é usado na forma de ascorbato de sódio, e o lactato). Já o sorbato, ou ácido sórbico, combate fungos.

    Pedro considerou um "risco desprezível"' a possibilidade se comprar carne estragada no mercado por causa das fraudes dos frigoríficos. O risco para ele é muito maior quando se consome carne de abatedouros clandestinos. Segundo ele, há mais de 900 no país.

    "Eu faria até um churrasco neste final de semana, mas vou ter de trabalhar", brincou ele.

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