Coisas que os moradores de Chapecó querem dizer ao Brasil

    "Saímos para voltar com uma estrela no peito e voltamos com 76 no céu."

    "Podemos ter outros guerreiros, mas nunca vamos esquecer nossos guerreiros desta tragédia".

    O vigilante Evander Fragoso, de 51 anos, e o neto Bernardo de 6, são como a maioria da cidade, torcedores do Chapecoense. "Vai ser difícil superar", disse o vigilante.

    "Saímos para voltar com uma estrela no peito e voltamos com 76 no céu."

    Isabele de Deus, 16, Adrielly Lima, 14, e Gabrieli Borges dos Santos, 15, são estudantes e torcedoras fanáticas desde pequenas do Chape. Nesta quarta, não eram nem 15h quando já se dirigiam para o estádio do clube onde haveria uma celebração à noite no mesmo horário marcado para o jogo de Medellín. Ontem, ficaram até a meia-noite na vigília que reuniu milhares de pessoas da cidade.

    "Ninguém esperava isso. #ForçaChape!"

    Gustavo Kleinibing, 15, e João Victor Rodrigues, 15, não sabiam muito o que escrever. Só ficavam repetindo que era uma tragédia que "ninguém esperava". "Ninguém!". Depois, entraram em acordo para decidir que, além de dizer isso, o mais importante era reforçar a hashtag que se espalhou nas redes sociais, #ForçaChape.

    "Nossa cidade maravilhosa."

    A estudante Jaqueline dos Santos Rodrigues, 18, contou que não consegue comer há dois dias e que chora muito. Mal consegue trabalhar. É vendedora. Só deu um sorriso quando falou sobre o que gosta em Chapecó: tudo. Paga com orgulho quase R$ 100 de mensalidade do clube Chapecoense.

    "Eram nossos meninos de ouro!"

    Evandro Michelon, 40 anos, é gerente do hotel Bertazo, o QG do Chapeconse, onde o time fica concentrado e onde morava o treinador Caio Júnior. "Esse time era muito especial para nós. Aqui está todo mundo muito abalado. Eles eram brincalhões, mexiam com todo mundo." O hotel, como a maioria do comércio na rua, colocou uma laço preto na porta. "Eram nossos meninos de ouro", escreveu o gerente.

    "Foi uma coisa que ninguém espera. Chocou muito a gente. Estamos muito tristes pelo que aconteceu. Nem Natal a gente vai ter."

    Solange Lopes, 43 anos, dona de um carrinho de churros no centro da cidade há 18 anos, disse que não sabia o que escrever, mas depois não conseguia parar.

    "Quem é o culpado?"

    Erondino Pereira de Andrade, 76, e Nilce Vidor, 49, ficaram em dúvida sobre as mensagens que queriam passar ao país. Erondino quer saber quem é o responsável pelo acidente. Nilce queria transmitir uma mensagem de força para Chapecó. Mas depois pensou melhor. Também quis entender melhor as causas do acidente.

    "Há muitos tesouros em Chapecó! Muitos mesmo!"

    O empresário Adelar Marcon, 46, afirmou que a cidade tem força para atravessar essa tragédia. "É até uma ironia. O time batalhou tanto para estar na mídia internacional e isso aconteceu com uma tragédia, mas a gente conta com a solidariedade das pessoas. Sendo otimista, imagino a Chapecoense na Libertadores no ano que vem." Sobre os tesouros escondidos, ele fala do trabalho de base e conta que seu filho de 14 anos é jogador

    "Não temos palavras para expressar nossa dor! #ForçaChape!"

    Claudenilse Machado, 41, e a filha Tainá, 13, disseram que a tristeza com a tragédia que se abateu sobre Chapecó é tamanha que é difícil encontrar as palavras para descrever os sentimentos. Nesta quarta-feira, Claudenilse vestiu o filho Carlos Daniel, de 8 meses, com a camiseta do Chape para fazer "uma homenagem" e disse que passou o dia ontem pensando nas outras mães e filhas da cidade.

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