O candidato derrotado do PSOL à Presidência da República, Guilherme Boulos, anunciou nesta segunda-feira (9) que pretende concorrer à prefeitura de São Paulo este ano. O lançamento foi feito depois que o ex-prefeito petista Fernando Haddad afirmou ter desistido de vez do pleito, na sexta-feira, mas enfrenta resistência entre os socialistas.
Com a deputada federal Luiza Erundina (SP) como vice, Boulos deverá concorrer nas prévias do partido, que acontecerão a partir do dia 15 de março. Concorrem contra ele, por enquanto, a deputada federal Sâmia Bonfim e o deputado estadual Carlos Giannazi.
"Respeito totalmente o Boulos como liderança política, mas ele obteve o pior resultado do PSOL numa eleição presidencial", disse Sâmia Bonfim, para quem Boulos teria esperado Haddad confirmar sua desistência no PT para se lançar candidato pelo PSOL.
"A inscrição tardia de Boulos [para a prévia] tem a ver com ele não ter um total convencimento de que o PSOL deva ter sua candidatura própria. O que ficou claro é que tem a ver com a indecisão de Haddad", disse a deputada.
Boulos rebate: "Nem me consta que o Haddad tenha dado palavra final de nada. A nossa pré-candidatura nunca dependeu da posição do PT ou de qualquer outro partido. Atuo no atuo movimento social há 20 anos e precisei ouvi-lo antes de decidir."
A pré-candidatura Boulos-Erundina foi lançada com um manifesto de mais de 1.500 militantes. A expectativa do partido é que participem das prévias no máximo 2.500 filiados.
Boulos disse que não estava em negociação com o PT para uma chapa em que o PSOL entraria como vice ou apoiaria os petistas caso o candidato fosse Haddad. "Essa é uma das fake news produzidas por gente da esquerda", ironizou Boulos sobre uma suposta fala de que, caso Haddad fosse candidato, ele não disputaria contra o petista.
O socialista disse ainda que o PSOL não apoiar o PT em primeiro turno em São Paulo não deve afetar o apoio do PT à candidatura do deputado Marcelo Freixo, no Rio.