Depois que o presidente Jair Bolsonaro mandou um apoiador esquecer o PSL e afirmou que o presidente da legenda, Luciano Bivar, está "queimado", o Patriota já estendeu o tapete vermelho na esperança de receber os bolsonaristas.
No ano passado, o Patriota (antigo PEN) foi desprezado pelo então pré-candidato a presidente da República. Antes disso, Bolsonaro havia anunciado a filiação e feito o partido adotar o nome Patriota.
"O Patriota existe porque Bolsonaro mandou trocar o nome. Ele sabe que o Patriota está aqui inteiro para ele e para quem ele quiser trazer. Eu acredito que a preferência dele é pelo nosso partido", disse ao BuzzFeed News, nesta quarta-feira (9), o presidente do Patriota, Adilson Barroso.
Barroso salientou que, além da troca de nome, a legenda chegou a refazer seu estatuto no ano passado para agradar o presidente, com quem ele se encontrou apenas uma vez depois da posse.
O presidente da sigla disse acreditar ser difícil que o deputado Eduardo Bolsonaro crie uma nova legenda para abrigar a família e os bolsonaristas. "Hoje está um tanto mais difícil criar partido. Com tudo o que precisa ser feito, acho difícil que ele consiga criar uma legenda para disputar a eleição municipal, no ano que vem".
Em entrevista ao blog de Andreia Sadi, o presidente do PSL, Luciano Bivar, não escondeu a mágoa com as declarações de ontem de Bolsonaro: "A fala dele foi terminal, ele já está afastado. Não disse para esquecer o partido? Está esquecido".
A separação, ainda não formalizada, não surpreendeu o meio político. Bolsonaro, cujos filhos Flavio e Eduardo presidem os dois maiores diretórios do país (Rio e São Paulo), estava em rota de colisão com a legenda. Em disputa, estão a liderança de diretórios regionais, o comando nacional e os recursos públicos de financiamento partidário.
O site do PSL, no entanto, ainda guarda imagem da boa fase entre Bivar e o presidente. Abaixo da foto de Bivar, uma frase elogiosa de Bolsonaro.