O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu para ser interrogado mais uma vez no processo do tríplex do Guarujá, mas não pelo juiz Sergio Moro. Por meio de seus advogados, Lula pediu para prestar depoimento aos desembargadores que julgarão os recursos de sua sentença, no próximo dia 24.
Pela sentença de Moro, Lula foi condenado a 9 anos e meio de prisão. Se os três desembargadores da 8ª turma do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) confirmarem a sentença, ele pode ficar fora das eleições presidenciais.
Os advogados do petista já haviam recorrido ao desembargador João Pedro Gebran Neto em 11 de setembro para pedir um novo interrogatório ao TRF-4 e, como ele não foi analisado, nesta quarta-feira (3) o pedido foi refeito.
Não há prazo para a decisão do desembargador.
Os advogados de Lula disseram que Moro violou os direitos do ex-presidente e que o petista foi alvo de "uma verdadeira inquisição". "O magistrado valeu-se de sua autoridade para impedir a livre manifestação do interrogado e consequentemente o exercício de sua autodefesa", escreveram os advogados sobre o depoimento de Lula, que durou cinco horas e aconteceu em maio passado.
Os advogados alegaram ainda que o juiz moro "portou-se como um acusador" e "lançou mão, também, da repetição de perguntas".
Lula, no entanto, já afirmou aos dirigentes do PT que vai a Porto Alegre para o julgamento dos recursos no TRF-4 independentemente da decisão sobre um novo interrogatório.
Os petistas querem organizar manifestações a partir de 13 de janeiro e pretendem realizar protestos em Porto Alegre e em São Paulo no dia 24, data do julgamento.