Um levantamento feito pelo deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) mostra que nos primeiros 20 dias do governo Michel Temer, entre 12 e 31 de maio de 2016, foram empenhados R$ 2,1 bilhões em emendas do orçamento destinadas a parlamentares.
De acordo com o deputado, o empenho mostra que Temer já negociava emendas para agradar deputados antes mesmo de ter assumido a Presidência, enquanto era articulado o impeachment de Dilma Rousseff.
"Antes mesmo de assumir a Presidência da República, Temer usou e abusou deste expediente. Ignorou a crise fiscal que preocupava o país em troca de apoio parlamentar para assumir o Planalto. Nas últimas semanas ele repetiu seu método imoral e irresponsável, só que desta vez com um agravante: diante do rombo nas contas, transferiu a conta pra população através do aumento de impostos. Um tapa na cara da sociedade brasileira”, disse Molon.
No levantamento, consta o empenho de R$ 1,1 bilhão por Dilma Rousseff entre o dia primeiro e 11 de maio de 2016.
Temer assumiu no dia 12 e, da data até o fim do mês, R$ 2.129 bilhões foram empenhados.
Molon é um dos críticos da liberação de emendas para agradar deputados da base.
Junto com outros parlamentares ele enviou uma representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo a investigação do uso de recursos do orçamento para supostamente favorecer o presidente Temer.
Neste ano, após virem à tona as denúncias da JBS contra Temer e a votação de sua denúncia na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, o governo empenhou R$ 3,9 bilhões em emendas aos deputados.