Um ano após as condenações do mensalão, alguns dos principais personagens do caso já cumpriam prisão domiciliar.
Ainda que formalmente presos, José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, entre outros, estavam em casa e podiam trabalhar fora durante o dia.
A rápida saída do presídio (frente ao tamanho das penas aplicadas, que estavam na casa dos 8 anos) foi possível devido à chamada progressão de regime.
Presos com bom comportamento que cumprem um sexto de suas penas têm direito a ir para um regime menos rigoroso.
Mas, durante o mensalão, o STF fixou mais uma condição para a progressão: o réu deve pagar multas com a Justiça.
Devido a isso, foram realizadas as famosas vaquinhas dos políticos presos. Dirceu, por exemplo, arrecadou mais que os R$ 970 mil que precisava para quitar a multa.
Frente aos números não mais milionários do mensalão, mas bilionários do petrolão, ministros do STF ouvidos pelo BuzzFeed já admitem multas imensamente superiores para casos em que houver condenação.
Para se ter uma ideia, quando o então procurador-geral da República Roberto Gurgel apresentou suas alegações finais, falava-se numa movimentação de R$ 141 milhões do mensalão.
Ao todo, em valores corrigidos, chegou a R$ 27 milhões o montante de multas aplicadas aos condenados.
No petrolão, a realidade é outra. Sem ainda nem ter avançado no STF, somente na primeira instância da Justiça (leia-se, Deltan Dallagnol e Sérgio Moro) fala-se em propinas de R$ 6,4 bilhões nos crimes já denunciados.
Há ainda sete acusações de improbidade pedindo o pagamento de R$ 12,5 bilhões. Ao todo – e até hoje, o valor total pedido de ressarcimento quando somado a multas chega a R$ 38,1 bilhões.
Se o petrolão avançar para condenações no STF, os políticos condenados terão bens bloqueados para ressarcir danos. Por isso, terão de fazer uma nova mágica (ou novas vaquinhas vaquinhas) para conseguir pagar suas multas.
Entre congressistas, muitos duvidam que ainda existam militantes para financiar multas milionárias para tirar, por exemplo, caciques do PMDB de uma eventual prisão. Entre os investigados, estão Renan Calheiros e Romero Jucá, presidente do Senado e presidente do partido, respectivamente.