O procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, José Eduardo Gussem, enviou uma reclamação ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) para que o colegiado deixe claro de quem é a competência para tocar as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco.
Autoridades locais, em especial membros do Ministério Público e da Polícia Civil, têm considerado que a atuação do grupo de procuradores federais designado pela PGR, Raquel Dodge, para acompanhar as apurações estaria usurpando a competência dos investigadores do Rio.
Na reclamação, o MP fluminense pondera que não há necessidade da federalização das investigações uma vez que já há inquérito aberto pelas autoridades locais e várias diligências em curso.
Além disso, nos bastidores, membros do MP estão irritados com a espécie de federalização branca que está havendo, com os procuradores federais atuando e fazendo pedidos de informação a policiais sem que uma solicitação formal para a federalização tenha sido feita ou aceita pelo Superior Tribunal de Justiça.
A chamada “reclamação para preservação de competência” chegou ao CNMP num momento em que o colegiado está numa disputa de poderes com Raquel Dodge.
Parte dos conselheiros tem reclamado da falta de diálogo da PGR com o colegiado e Dodge tem encontrado certa dificuldade para aprovar algumas matérias de seu interesse no Conselho.
Ainda não há data para que o CNMP dê uma decisão sobre a reclamação.