Luciano Huck já foi testado em pesquisa eleitoral (e é competitivo)

    Resistência à pretensão do apresentador, que surfa na onda de descrédito contra os políticos, é forte no PSDB, do qual o global é próximo.

    O apresentador Luciano Huck deu uma entrevista para o jornal Folha de S.Paulo onde se colocou como virtual candidato a presidente da República, mesmo evitando responder diretamente se pretende ou não concorrer.

    Na entrevista (aqui a íntegra), Huck foi perguntado se pretende ser candidato a presidente e respondeu o seguinte:

    "Esta é sempre a pergunta pegadinha. Não dá para responder na atual conjuntura. Falando seriamente, nossa geração chegou a um momento em que tem capacidade, saúde, força de trabalho, relevância, influência. Quem entrou na faculdade em 1990 está chegando agora aos espaços de poder. Faço parte desta geração. Estamos vivendo um trauma moral e ético que se soubermos capitalizar para o bem, tenho convicção de que daqui a 10, 20, 30 anos vamos ter um país de fato diferente e mais justo."

    A aparição de Luciano Huck com um discurso político surfa na onda da descrença da população com boa parte da classe política.

    A cúpula dos três maiores partidos, PT, PSDB e PMDB, está encrencada na Lava Jato e as pesquisas têm detectado a popularidade de outsiders, como Jair Bolsonaro que aparece como um candidato competitivo, de acordo com pesquisas recentes.

    Um levantamento da CNI de fevereiro mostra o deputado de extrema-direita com 11%, o que é coerente com o resultado do Datafolha de dezembro, onde ele aparecia com 9% para a corrida presidencial de 2018.

    A pedido do BuzzFeed Brasil, o instituto Paraná Pesquisas avaliou o potencial eleitoral do apresentador em sua última sondagem nacional, que entrevistou 2.020 eleitores entre os dias 12 e 15 de fevereiro.

    A pesquisa mostrou que o apresentador é conhecido por 95,8% dos entrevistados.

    Entre os que o conhecem, 36% disseram que poderiam, sim, votar no apresentador para a presidência do país. Outros 14% disseram que, fosse ele candidato, o apoiariam com certeza.

    Por outro lado, 46,3% disseram que não votariam em Huck de jeito nenhum e 3,7% não opinaram.

    O levantamento foi feito em 146 municípios das cinco regiões do país e tem margem de erro de dois pontos percentuais, entre os dias 12 e 15 de fevereiro. 2020 eleitores foram ouvidos na rua. Os dados NÃO foram colhidos via internet.

    Ser conhecido de um percentual tão grande da população é um ativo valioso para postulantes à Presidência da República, porque, em tese, a campanha não precisa se concentrar nos primeiros meses em apresentá-lo à população. Ele também é um fenômeno nas redes sociais.

    Mas a pretensão de Huck enfrenta resistências. Dentro do PSDB, partido do qual ele é muito próximo, o apresentador do Caldeirão não é levado a sério.

    Ouvido sob a condição de não ser identificado, um dirigente tucano de São Paulo ecoou uma frase antiga de Mário Covas (1930-2001) para segurar o ímpeto dos políticos mais afoitos: "Tem de fazer vestibular primeiro”.

    “Vai chamar o Faustão também?”, respondeu com sarcasmo o mesmo tucano.

    No ano passado, o PSDB rachou na prévia que escolheu João Doria, empresário e ex-apresentador do programa "O Aprendiz", como candidato a prefeito de São Paulo. Ele venceu a eleição no primeiro turno.

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