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E o PSL expulsou do grupo de WhatsApp a deputada que denunciou ameaças

Alê Silva (MG) relatou a existência de um esquema de candidaturas laranjas comandado pelo ministro do Turismo. Partido do presidente Bolsonaro age para proteger ministro e punir a deputada.

Depois de relatar ter sofrido ameaças de morte por denunciar a existência de um esquema de candidaturas laranjas para desviar verbas públicas comandado pelo atual ministro Marcelo Antonio (Turismo), deputada Alê Silva foi removida do grupo de WhatsApp do PSL. Não está claro se o partido planeja outras represálias à deputada. Alê e o ministro pertencem ao PSL mineiro.

De acordo com o presidente da sigla, Luciano Bivar, a Executiva da agremiação decidiu “suspender” a parlamentar da rede após tomar conhecimento de um vídeo do início do ano em que ela defendia a eleição de Marcelo Van Hattem (Novo-RS) para a presidência da Câmara. Na época, o PSL apoiou Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Apesar de usar o vídeo como justificativa, Bivar e o deputado Marcelo Freitas, que é coordenador da bancada de Minas Gerais do PSL e relator da reforma da Previdência, tem usado as redes internas da legenda para tentar proteger o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, e desqualificar as denúncias da deputada Alê, numa espécie de operação abafa.

Conforme revelou o jornal Folha de S.Paulo, Alê disse à Polícia Federal ter sido avisada sobre ameaça de morte por parte do ministro.

Num grupo de deputados do PSL, Freitas disse aos colegas que seria preciso gerenciar o dano das acusações de Alê Silva. Ele destacou que os relatos de ameça poderiam levar a um pedido de prisão do ministro Marcelo Álvaro e que era preciso “dar um basta”.

Ele defendeu no grupo e publicamente Marcelo Álvaro, dizendo que “ameças de morte ou coisa do gênero nada têm a ver com a postura do ministro”, e pediu que os integrantes da rede parassem de publicar sobre o tema nos grupos para evitar vazamentos.

“A crise só vai maximizando! Nos parece o momento de dar um basta”, disse Freitas no grupo dos deputados.

O presidente do PSL, Bivar, reforçou a necessidade de se discutir internamente e com cautela o tema evitando especialmente levar o assunto à Folha de S.Paulo, que classificou como um “tabloide”.

Apesar da operação abafa capitaneada por Bivar e Freitas, o senador Major Olímpio foi uma das poucas vozes dissonantes na rede interna.

Ao ver as explicações do ministro, de que Alê Silva estaria inventando as denúncias pois não recebeu o comando de 37 diretórios do PSL, o senador disse que o caso não poderia ser tomado como uma simples disputa política.

“Enfiar a cabeça na terra e fazer de conta que nada aconteceu é a pior saída”, disse no grupo dos deputados.

Procurado, o presidente do PSL, Luciano Bivar, não atendeu às ligações da reportagem.

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