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DEM acena com bandeiras de esquerda ao lançar Maia à Presidência, mas sem abandonar discurso pró-mercado

Principais líderes do partido de DNA liberal discursaram falando sobre pobreza, racismo, violência contra mulheres e jovens negros da periferia.

Tentando se apresentar como uma opção de centro na política brasileira, o Democratas fez nesta quinta-feira sua convenção nacional e lançou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, como pré-candidato da sigla ao Palácio do Planalto.

De DNA liberal, o antigo PFL não precisou falar muito sobre suas bandeiras históricas, bastante conhecidas por eleitores e pelo chamado mercado, como os incentivos ao setor produtivo, o livre comércio e a desburocratização do Estado.

Pelo contrário: em busca de novos eleitores, tentou ingressar em bandeiras comumente associadas a agremiações de esquerda, como o combate à pobreza, à violência contra mulheres e à marginalização de jovens negros da periferia.

Herdeiro de uma das grandes oligarquias políticas do país, o prefeito de Salvador, ACM Neto, novo presidente do DEM, deu o tom do repaginado discurso da sigla.

"A grande vítima [hoje, na sociedade] é o jovem negro, pobre e morador da periferia", disse ACM Neto.

Segundo ele, é preciso que governantes se empenhem para dar educação a crianças carentes, saúde para quem não tem acesso a um plano privado e promover a descentralização de renda.

Pré-candidato do partido, Rodrigo Maia — filho do ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia — também colocou a educação como ponto fundamental de seu eventual governo. Para ele, somente garantindo a infância das crianças será possível se mudar a realidade brasileira.

Buscando ocupar o centro do espectro político, Maia diz que buscará superar o antagonismo entre a direita e a esquerda.

"Aceito o desafio de ser o candidato da mudança sem populismo irresponsável e sem radicalismo, sem teses fáceis e muito menos demagógicas. Sem o antagonismo atrasado, ultrapassado, entre direita e esquerda. Diálogo é a palavra."

Para não deixar seus eleitores históricos, e o mercado, sem um recado claro, o presidente da Câmara ainda prometeu, caso eleito, promover um verdadeiro ajuste fiscal e a reforma da Previdência.

De acordo com Maia, o modelo atual somente beneficia ricos e prejudica as camadas mais pobres da população.

Durante seu discurso, lembrou de suas disputas pela presidência da Câmara e falou que seu jeito, que alguns consideram arrogante, é na verdade timidez.

Apesar disso, falou que possui duas qualidades fundamentais a quem quer fazer política e comandar o país: coragem e compromisso com a palavra assumida.

Pouco conhecido do público e circulando na casa de 1% das eleições de voto, Maia disse que viajará o país nos próximos dias e tentará trazer partidos da base aliada para a candidatura do DEM.

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