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O Facebook está transformando o Instagram no novo Facebook

Com o declínio do uso do Facebook, principalmente entre o cobiçado grupo demográfico que vai dos 12 aos 34 anos, a empresa está, aos poucos, transferindo suas principais funções para o seu irmão relativamente livre de escândalos.

SAN JOSE, Califórnia — Marcada por uma aparentemente interminável coleção de escândalos e abalada pela contínua redução de seu uso entre adolescentes e millennials, a liderança do Facebook parece estar tentando recriar sua estagnada rede social no Instagram, seu braço mais jovem, descolado, lucrativo e ainda relativamente livre de escândalos.

Talvez o Instagram venha crescendo rapidamente porque as pessoas preferem seu enfoque mais simples e seletivo à plataforma maximalista do Facebook, que mistura uma enxurrada de atualizações cotidianas, artigos, notificações de aniversário, entre muitas outras coisas. O Instagram é um fluxo único e coeso de fotos e vídeos. Mas isso está mudando, e a transformação parece estar ganhando velocidade.

Desde sua aquisição pelo Facebook em 2012, o Instagram vem continuamente agregando os recursos do Facebook: vídeo, marcações, álbuns, propaganda e mensagens privadas. Com os Stories, ele copiou o compartilhamento temporário de foto e vídeo de seu principal concorrente: o Snapchat.

A facebookização do Instagram parece inevitável, com base em mudanças anunciadas em abril. O diretor do Instagram, Adam Mosseri, apresentou o "modo de criação", um novo formato de Stories feito apenas para texto, questionários, enquetes e os outros recursos do Instagram não relacionados a fotos ou vídeos. É basicamente uma cópia dos status coloridos que o Facebook lançou em 2017.

Outro novo recurso do Instagram são os "stickers de doação", que permitem aos usuários arrecadarem dinheiro para caridade por meio dos Stories. No Facebook, os usuários conseguem angariar fundos para organizações sem fins lucrativos desde 2015, e já acumularam mais de US$ 300 milhões apenas por meio de arrecadações de aniversário a partir de agosto de 2018.

O Instagram também acrescentou maneiras de as pessoas gastarem mais dinheiro na plataforma. Os usuários passaram a poder comprar produtos de certas marcas diretamente no aplicativo por meio de marcações de compras, que são similares aos módulos de anúncio "Comprar Agora" do Facebook, com a exceção de que não se parecem com anúncios. O Instagram revelou que influenciadores selecionados poderão começar a adicionar essas marcações de compras em suas publicações. (Um porta-voz do Instagram esclareceu que os influenciadores não ganharão nenhuma fatia da receita gerada a partir dessas marcações de compras.)

Um dos recursos mais ativos do Facebook — os grupos — não está oficialmente no Instagram, mas, de qualquer forma, isso não impede os usuários de criarem páginas semelhantes a grupos na rede social. Parece só uma questão de tempo até que eles também sejam integrados à plataforma.

Após um 2018 repleto de escândalos, faz sentido que o Facebook procure proteção e oportunidade em uma de suas principais marcas — especialmente uma que está crescendo tão rapidamente.

Lembre-se de que a base de usuários do Facebook nos Estados Unidos caiu em 15 milhões de pessoas desde 2017, de acordo com dados do estudo realizado pela empresa de pesquisa de mercado Edison Research.

E as pessoas estão passando menos tempo no Facebook e no Messenger — cerca de 10% a menos por pessoa entre agosto de 2016 e outubro de 2018, revelou um estudo da Pivotal Research (dito isso, os usuários ativos mensais do Facebook no quarto trimestre de 2018 aumentaram 9% em relação ao mesmo período do ano anterior, para 2,32 bilhões de pessoas, mas isso se deveu principalmente ao crescimento na Ásia e na América Latina).

Enquanto isso, o crescimento do Instagram está explodindo. No último mês de junho, o aplicativo atingiu a marca de 1 bilhão de usuários ativos mensais, 200 milhões a mais que um ano antes, que já havia conquistado 200 milhões em relação ao ano anterior. As bases de usuários do Facebook e do WhatsApp podem ser muito maiores (mais de 2 bilhões e 1,5 bilhão, respectivamente), mas o Instagram ainda supera ambos em uma métrica essencial: o crescimento.

Em breve, ele será responsável pela maior parte da nova receita de publicidade do Facebook: quase 70% até 2020, de acordo com estimativas do KeyBanc Capital Markets. Por que não usar recursos similares ou idênticos aos que fortaleceram o crescimento do Facebook?

O mais importante talvez seja o fato de que o Instagram escapou quase completamente do escândalo que acometeu seu irmão mais velho ao longo do último ano. Ele, é claro, também está envolvido nas informações falsas, mas nada que se compare ao peso que o Facebook precisa carregar.

Pelo menos não ainda.


Este post foi traduzido do inglês.

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