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Um vídeo que culpa o Bill Gates pelo coronavírus estava lucrando com anúncios da Netflix no YouTube

O vídeo, compartilhado por Olavo de Carvalho, não cumpre as regras que o YouTube estabeleceu para permitir a monetização, mas mesmo assim recebia anúncios até da Netflix.

Na quarta-feira (29), o escritor e influencer bolsonarista Olavo de Carvalho recomendou a seus seguidores um vídeo chamado "CORONAVÍRUS CHEGA AO BRASIL PATENTEADO POR BILL GATES?".

Apesar da interrogação no título, o autor do vídeo não parece ter muitas dúvidas:

"Obviamente que isso [o novo coronavírus] é patenteado pelo Bill Gates com um objetivo simples: redução populacional", diz Bruno Alves aos 3'50''.

O conteúdo predominante no canal, chamado "Mistério do Mundo", é a divulgação do terraplanismo – um dos temas que o YouTube, em comunicado de janeiro do ano passado, disse que poderiam fazer o vídeo ter sua distribuição reduzida na plataforma, num esforço para combater a desinformação.

A teoria da Terra Plana também foi uma das razões para Bruno Alves já ter se referido a Olavo de Carvalho antes em seu canal:

Mesmo assim, o canal de Bruno Alves estava monetizado – ou seja, apto a receber anúncios e a remuneração proporcional pelo Google AdSense.

O BuzzFeed News questionou ontem (30) o YouTube sobre se os anúncios num canal que propaga teorias da conspiração não contrariam as diretrizes de conteúdo advertiser-friendly (amigável para os anunciantes) e de combate às fake news que a própria plataforma estabeleceu.

Hoje (31) não havia mais anúncios no vídeo sobre o coronavírus. De acordo com o YouTube, o surto do novo coronavírus na China se encaixa na categoria de "temas sensíveis", como guerras, mortes e tragédias, e vídeos que abordam esse assunto não recebem anúncios (ou recebem de forma limitada).

O canal não foi desmonetizado por inteiro. O YouTube disse que o trabalho de identificar o conteúdo inapropriado é feito vídeo a vídeo, tanto por robôs quanto por humanos – e que um dos mecanismos mais eficientes são as denúncias apresentadas por usuários. Segundo o YouTube, mais de 100 mil vídeos foram removidos da plataforma por disseminar discurso de ódio, por exemplo.

“Temos políticas claras para determinar os tipos de conteúdo nos quais exibimos anúncios. Se identificamos que um site ou vídeo viola nossas políticas, agimos imediatamente. Mesmo quando um site ou vídeo não viola nossas políticas, compreendemos que os anunciantes podem não querer sua publicidade atrelada a determinados conteúdos e, por conta disso, oferecemos recursos em nossas plataformas que permitem bloquear categorias de assuntos e sites específicos”, disse o YouTube em comunicado ao BuzzFeed News.

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