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Hacker fez contato com procuradores da Lava Jato usando identidade fake, diz força-tarefa

Nota da força-tarefa não comenta o conteúdo das conversas entre Deltan Dallagnol e Sergio Moro publicadas por site.

A força-tarefa da Lava Jato no Paraná divulgou nota hoje dizendo que foi vítima de um hacker que "praticou os mais graves ataques à atividade do Ministério Público Federal, invadindo e clonando aparelhos celulares e contas em aplicativos de comunicação instantânea".

Na noite de domingo, o site The Intercept Brasil divulgou mensagens atribuídas a Sergio Moro e ao procurador Deltan Dallagnol em que Moro, na época juiz da Lava Jato em Curitiba e hoje ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro, sugere à Procuradoria a troca de ordens de fases da operação, cobra a realização de novas etapas da Lava Jato e antecipa uma decisão judicial.

Em ao menos duas conversas, Moro e Deltan parecem combinar e depois celebram a divulgação dos grampos do ex-presidente Lula quando este havia sido nomeado ministro da Casa Civil pela sucessora Dilma Rousseff, em março de 2016. Este é um dos episódios mais rumorosos da Lava Jato e os áudios foram anulados depois pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Mas a nota da força-tarefa não comenta o conteúdo das conversas divulgadas.

De acordo com o texto, "pelo menos desde abril os procuradores da força-tarefa vêm sendo atacados, portanto, muito antes das notícias de ataques veiculadas na última semana".

Segundo a nota, o hacker "sequestrou identidades, se passando por procuradores e jornalistas em conversas com terceiros no propósito rasteiro de obter a confiança de seus interlocutores e assim conseguir mais informações" e "ainda tentou fazer contato com alguns procuradores utilizando-se de identidade virtual falsa e com tom intimidatório, mas suas investidas não foram aceitas pelos procuradores".

Leia a íntegra da nota da força-tarefa:

"A força-tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal no (MPF/PR) vem a público prestar esclarecimentos sobre as investigações em curso sobre a ação criminosa de um hacker que praticou os mais graves ataques à atividade do Ministério Público Federal, invadindo e clonando aparelhos celulares e contas em aplicativos de comunicação instantânea. Pelo menos desde abril os procuradores da força-tarefa vêm sendo atacados, portanto, muito antes das notícias de ataques veiculadas na última semana.

Assim que identificadas as tentativas de ataques contra seus celulares, os procuradores da Lava Jato comunicaram a notícia do crime à Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da República no objetivo de obter uma ação coordenada na apuração dos fatos.

O modo de agir agressivo, sorrateiro e dissimulado do criminoso é um dos pontos de atenção da investigação. Aproveitando falhas estruturais na rede de operadoras de telefonia móvel, o hacker clonou números de celulares de procuradores e, durante a madrugada, simulou ligações aos aparelhos dos membros do MPF. Para tanto, valeu-se de “máscaras digitais”, indicando como origem dessas ligações diversos números, como os dos próprios procuradores, os de instituições da República, além de outros do exterior. As ligações eram feitas durante a noite com o objetivo de identificar a localização da antena (ERB) mais próxima do aparelho celular, viabilizando assim a intrusão, além de fazer com que o ataque não fosse descoberto.

O hacker ainda sequestrou identidades, se passando por procuradores e jornalistas em conversas com terceiros no propósito rasteiro de obter a confiança de seus interlocutores e assim conseguir mais informações. O hacker ainda tentou fazer contato com alguns procuradores utilizando-se de identidade virtual falsa e com tom intimidatório, mas suas investidas não foram aceitas pelos procuradores. Além disso, foram identificadas tentativas de ataques cibernéticos a familiares próximos de procuradores, o que reforça o intuito hediondo do criminoso.

Conforme divulgado em 14 de maio, a Procuradoria-Geral da República determinou a instauração de um procedimento administrativo para acompanhar a apuração de tentativas de ataques cibernéticos a membros do Ministério Público Federal, sobretudo procuradores que integram a Força Tarefa Lava Jato. No âmbito da PGR, foram ainda determinadas providências à Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação (STIC) no sentido de diagnosticar eventuais ataques e resolver o problema de forma definitiva.

As investigações nos diversos âmbitos prosseguem."

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