"Topei jogar esse jogo", diz Alexandre Frota sobre fake news na campanha eleitoral
"É lógico que eu surfei na onda Bolsonaro. Eu ia surfar em qual onda? Do Haddad?", disse o deputado, expulso do PSL e recém-filiado ao PSDB, no programa Roda Viva.
O deputado federal Alexandre Frota — expulso do PSL do presidente Jair Bolsonaro e recém-filiado ao PSDB do governador de São Paulo, João Doria — disse ontem em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que "sabia que tinha fake news, sabia que tinha todo esse jogo" na campanha eleitoral do ano passado.
Questionado se achava isso normal, Frota respondeu: "Não acho normal, mas faz parte do jogo".
"É um jogo sujo", disse. "Topei jogar esse jogo, tanto topei que estou aqui."
Frota afirmou, no entanto, que nunca presenciou distribuição de notícias falsas durante a campanha de Bolsonaro à Presidência. Disse que fez sua campanha sozinho.

Frota disse que, por conta de suas críticas ao governo Bolsonaro, está sendo atacado pela "militância radical" de direita nas redes sociais.
"Fico vendo aí agora nas redes sociais: 'Ah, vc surfou na onda Bolsonaro'. É lógico que eu surfei na onda Bolsonaro. Eu ia surfar em qual onda? Do Haddad? Não", disse.
"Ele [Bolsonaro] era o meu candidato. Então tinha que surfar junto com ele e na mesma onda que ele. Sou agradecido a ele e não faço parte do grupo que quer que o governo Bolsonaro dê errado", afirmou Frota.
Sobre seu processo de expulsão do PSL, o deputado disse ter sido vítima do que chama de "ditadura bolsonarista": "Você não pode falar nada, você não pode criticar, você não pode opinar que você é expulso, haja vista o que passou o Santos Cruz, o que passou o Bebianno, todo mundo que cria alguma divergência, dá uma opinião contrária, você é expulso, você é demitido, não existe um diálogo, não existe uma democracia".
Frota afirmou, no entanto, que não se arrepende de ter apoiado Bolsonaro. Mas disse que "tem muita ingratidão por parte dele".
O deputado justificou assim sua ida para o PSDB: "Ali eu vou ter mais independência, vou ter mais liberdade, não vou ter o peso do governo nas minhas costas".