Estes ativistas hardcore estão dispostos a paralisar a Europa para combater as mudanças climáticas

    "Não podíamos aceitar a realidade de que a humanidade estava correndo em direção ao precipício da extinção sem fazer absolutamente nada a respeito."

    LONDRES — No começo deste ano, um grupo ambiental pouco conhecido, o Extinction Rebellion, fez Londres parar. Ele agora pretende paralisar pelo menos outras quatro capitais europeias, enquanto organizam outros protestos nos Estados Unidos e em mais de 60 outros países em todo o mundo para exigir uma ação radical e imediata contra as mudanças climáticas.

    O grupo teve início oficialmente em outubro do ano passado, com um pequeno protesto em frente ao parlamento britânico que incluía um discurso da jovem ativista sueca Greta Thunberg. Mas o Extinction Rebellion realmente ganhou atenção internacional em abril deste ano, quando os protestos fizeram Londres se arrastar por quase duas semanas. Os ativistas ocuparam os principais centros de trânsito o dia inteiro, colaram seus corpos a prédios e trens usando supercola e puseram um barco rosa de tamanho real no meio de um dos principais distritos comerciais.

    O movimento Extinction Rebellion é o irmão mais barulhento das greves escolares pelo clima de Greta Thunberg impulsionando as políticas de mudança climática em toda a Europa e atraindo cada vez mais pessoas em todo o mundo. Os protestos de abril terminaram com mais de mil prisões e, apesar da chacota de conservadores e de advertências severas dos agentes de polícia, a estratégia do grupo funcionou. Em semanas, a Câmara dos Comuns adotou uma resolução declarando o clima como uma "emergência". A ação foi simbólica — e muito aquém da promessa drástica de cortar as emissões de carbono que o Extinction Rebellion exigiu — mas foi um enorme sucesso simplesmente por colocar as mudanças climáticas na agenda política em um momento em que o governo estava próximo de um colapso por conta o impasse do Brexit. Protestos de pequena escala foram feitos regularmente em todo o mundo sob a bandeira do Extinction Rebellion.

    Agora o grupo iniciou o que está chamando de “International Rebellion" ("Rebelião Internacional"). Ele não deve atrair as centenas de milhares de pessoas que participaram das greves pelo clima em setembro, lideradas pelo movimento Fridays for Future, de Greta Thunberg. Mas o Extinction Rebellion trabalha em um modelo diferente de mudança. Em vez de fazer com que todos se juntem a eles em marchas, seus organizadores estão focados em mobilizar uma minoria mais fervorosa que esteja disposta a participar de uma ação direta e não violenta, pondo seus corpos no caminho para interromper o ritmo normal dos negócios até que suas exigências sejam atendidas.

    "Apesar de haver poucos de nós, não podíamos aceitar a realidade de que a humanidade estava correndo em direção ao precipício da extinção sem fazer absolutamente nada a respeito. Esta é a nossa chance de realmente agir de maneira diferente", disse Robin Boardman, um jovem de 21 anos que largou a faculdade para ajudar a estabelecer o Extinction Rebellion, em entrevista à imprensa em Londres. "Eu estou preparado para ir às ruas e fazer tudo que puder para criar essa mudança. Estou preparado para ir para a prisão, se chegar a esse ponto."

    O braço britânico deu início à rebelião um pouco mais cedo, espalhando sangue falso pelo prédio do Ministério do Tesouro em Londres usando um caminhão de bombeiros desativado no último dia 3. (Os manifestantes perderam o controle da mangueira durante a ação, encharcando inúmeros espectadores.)

    Extinction Rebellion activists failed in a plan to spray HM Treasury with thousands of litres of fake blood this morning after their high-pressure hose pipe became too much to handle. What is your response?

    Protestos também estão sendo planejados em lugares tão distantes como Banju, a capital de Gâmbia, na África Ocidental, e Buenos Aires, lar de um dos braços do Extinction Rebbellion que crescem mais rápido. Os maiores protestos esperados do Extinction Rebellion fora da Europa deverão ser na Austrália, onde ativistas ambientais estão sendo presos em manifestações há meses. Peter Dutton, ministro de assuntos internos do governo direitista da Austrália, disse que as pessoas devem divulgar os nomes e fotos dos ativistas ambientais para "humilhá-los", enquanto defendia também aumentos nas multas e tempo de prisão para manifestantes que atrapalharem o trânsito.

    "Estamos realmente vendo como esse sistema está nos ferrando", disse Rodrigo Castro Volpe, um dos organizadores do Extinction Rebbelion em Buenos Aires, onde planejam bloquear as entradas de grandes corporações multinacionais. “O desenvolvimento da Argentina depende da grande indústria — as mesmas indústrias que são as principais responsáveis pelo colapso [do meio ambiente] —, e os políticos podem dizer: 'Esse é o único caminho que podemos seguir'."

    Este post foi traduzido do inglês.

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