
Desde que a humanidade passou a produzir e utilizar plástico em larga escala, nos anos 1950, nós produzimos mais de 8,3 bilhões de toneladas do material — e descartamos 6,3 bilhões de toneladas como lixo, segundo um novo estudo.
Os pesquisadores dizem que é a primeira análise global sobre a produção em massa de plástico. Apenas 9% das 6,3 bilhões de toneladas jogadas no lixo foram recicladas, ao passo em que 12% foram incineradas e 79% terminaram em aterros ou no meio ambiente. Os dados compreendem o período de 1950 a 2015.
"Se as pessoas ficaram chocadas pela [baixa] quantidade reciclada, parte da mensagem é que a comunidade mundial tem muito trabalho a fazer a fim de tornar a reciclagem mais viável, além de formalizá-la e manter um acompanhamento melhor", disse o pesquisador Arturo Castillo, do Centro de Políticas Públicas de Energia no Imperial College London, ao BuzzFeed News. "[A reciclagem] não é algo que funciona muito bem em todas as partes do mundo."
Para colocar esses números em perspectiva, aqui estão 8.300 emojis de copinhos de plástico — um para cada milhão de tonelada de plástico que a humanidade produziu desde 1950, segundo a pesquisa.
E aqui estão 6.300 latinhas de lixo — uma para cada milhão de tonelada de plástico que foi jogada fora.
Apenas 9% de todo esse lixo foi reciclado — ou seja, 600 milhões de toneladas de plástico.
E 12% do total, ou 800 milhões de toneladas, foram incineradas.
A maioria do plástico que jogamos fora — 79%, ou 4.900 milhões de toneladas — terminou em aterros ou no meio ambiente.
Os pesquisadores estimam que, caso o ritmo atual continue, a quantidade de plástico em aterros e no meio ambiente poderia chegar a 12 bilhões de toneladas até o ano 2050.
Mas Castillo acrescentou ao BuzzFeed News que essa estimativa talvez seja "mais otimista" do que a realidade.
Conforme o poder de compra das pessoas aumenta ao redor do mundo, o consumo de plástico também cresce — e os sistemas de reciclagem podem não ser capazes de acompanhar a demanda, afirmou o pesquisador.
"Em países como, por exemplo, Índia, Filipinas, Indonésia e Vietnã, entre outros, não sei como vai ser o cenário", disse Castillo.
As propriedades que tornam o plástico tão útil — como a durabilidade e a firmeza — também fazem o material ser "difícil ou impossível" de ser absolvido pela natureza, escrevem os autores na pesquisa, publicada hoje no periódico Science Advances.
Eles comentam: "A humanidade está conduzindo um experimento singular e descontrolado em escala global, no qual bilhões de toneladas cúbicas de material serão acumuladas por todos os grandes ecossistemas terrestres e aquáticos no planeta."
Este post foi traduzido do inglês.