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Brasil vive retrocesso na promoção da igualdade para os negros, diz Rincon Sapiência

O rapper conversou com o BuzzFeed News durante o festival Afropunk, realizado pela primeira vez no país.

O rapper Rincon Sapiência é uma principais figuras negras da cultura brasileira atualmente. Nesse 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, o cantor conversou com o BuzzFeed News sobre papéis de destaque que os negros vêm ocupando no Brasil e a importância da ancestralidade e da conexão entre o nosso país e o continente africano na formação de uma identidade negra brasileira.

Rincon acredita que o Brasil vive um retrocesso igualitário com relação aos negros, mas vê uma perspectiva positiva para o futuro.

"O processo de protagonismo negro vem aumentando. Considerando que nós [negros] somos maioria, claro que ainda é pouco, mas a gente tem conseguido avanços gradativos dentro da sociedade brasileira por conta de uma ascensão econômica, acesso ao estudo. Tudo indicava para uma crescente [da igualdade], a expectativa era que tivéssemos um Brasil mais igualitário daqui alguns anos, mas boa parte do que acontece agora no país seria para interromper esse processo. Mas penso também que estamos em bloco e o que a gente faz tá ganhando relevância e alcançando pessoas e acaba sendo maior que essas outras energias. Então tenho uma perspectiva positiva para o futuro.", disse o cantor, durante o festival Afropunk, realizado na noite desta terça-feira em São Paulo.

Uma das características marcantes do trabalho de Rincon Sapiência é sua mistura de ritmos e danças de países africanos, como Angola e Congo, e o que se produz no Brasil. O cantor acredita que a conexão entre África e Brasil está ficando mais forte.

"No processo de colonização a gente se desconectou com as nossas origens, então por conta de uma ascendência ligada a algum pais da África podemos ter alguma característica física, algum trejeito em comum desse lugar, mas a gente nem sabe por conta dessa negação, mas isso tá com a gente", contou o artista.

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"Podemos considerar que a colonização foi agressiva e pra muitos negros ainda têm o processo de se conhecer e se considerar como negro. Mas, pela minha experiência conhecendo outros lugares com pretos fora do Brasil, eu vejo que nós temos uma forma particular de se conectar com a pretitudade, esse lance da estética, da moda. Não é em todo lugar que acontece como no Brasil, então temos um papel interessante na cultura preta do mundo.", completa.

A conversa com Rincon aconteceu durante o Afropunk, um evento de música e cultura preta global, com edições na África do Sul, Estados Unidos, França e Inglaterra, e que ganhou sua primeira no Brasil, em parceria com a Feira Preta.

"Ao longo do tempo, está mais firme na cultura brasileira o entretenimento a partir dos festivais de música. Grandes artistas brasileiros têm ocupado os palcos, isso já é uma crescente. Mas quando você tem esse grande evento que leva o nome Afropunk, com segmentação na musica e na cultura negra, acaba sendo mais especial já que somos maioria nesse país e somos um dos lugares fora de África que agrupa mais negros no território", diz o rapper sobre o evento.

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