A Prefeitura de São Paulo anunciou uma nova campanha pedindo para que as pessoas fiquem em casa. No vídeo, divulgado nesta quinta-feira (23), são mostradas cenas de Guayaquil, no Equador, com corpos sendo carregados nas ruas e hospitais com vítimas do coronavírus.
"A triste história de Guayaquil não pode se repetir", diz a narração do vídeo.
"O vírus está se espalhando pela cidade de São Paulo. Em todas as regiões e bairros, já temos óbitos confirmados, que chegam a quase mil na cidade", disse o prefeito Bruno Covas (PSDB) em entrevista à imprensa.
"O pior ainda está por vir. Nossa prioridade é a defesa da vida da população da cidade de São Paulo. Vamos fazer tudo o que for possível para que a gente não tenha aqui o que a gente verifica pelo mundo. De Equador a Nova York, a questão do enterro das vítimas dessa pandemia tem sido um desafio", disse Covas. "Guayaquil deve servir de exemplo sobre o risco que todos nós corremos."
Segundo dados desta quinta-feira (23), São Paulo tem 16.740 casos confirmados e 1.345 mortes. Só na capital são 11.225 casos e 912 óbitos.
Covas anunciou um novo plano de contingência funerária, com ampliação da capacidade do serviço de enterros, contratação de novos coveiros, abertura de 13 mil novas valas e a criação de um centro de logística no cemitério da Vila Formosa, na zona leste, com oito câmeras refrigeradas.
Dados do Sistema Inteligente de Monitoramento (SIM-SP) apontaram que a taxa de isolamento social caiu para 48% no estado e na região metropolitana na quarta-feira (22). Desde o dia 9 de abril, São Paulo não tinha um índice de isolamento tão baixo e o número abaixo de 50% "acendeu o sinal amarelo", segundo o governador João Doria (PSDB). O governo trabalha com uma taxa ideal de 70%.
Na mesma quarta-feira (22), o governo anunciou que o "Plano São Paulo", como é chamado a série de medidas para retomada da economia, será adotado por fases e por região do estado. No entanto, os detalhes só serão divulgados em 8 de maio. Doria afirmou que, caso o nível de isolamento não ultrapasse 50%, as medidas serão revistas.
“Ontem, a taxa de isolamento na Região Metropolitana de São Paulo foi de 48%. Isto é grave, está acendendo o sinal amarelo", disse. "Nós não poderemos fazer flexibilização se não tivermos um índice mínimo de 50% de pessoas em casa. Cidades onde a população está respondendo bem, positivamente, estas cidades e regiões certamente serão atendidas pelo programa de flexibilização. Cidades que não estiverem respondendo, teremos outro comportamento", disse Doria.
Sobre o conflito no discurso entre a flexibilização da quarentena e a queda no índice de isolamento social, Doria comentou que as medidas para retomada da economia não são incentivo para o retorno às ruas. Cidades como Guarujá e Diadema já anunciaram flexibilização da quarentena e retorno do comércio.
"O fato de você dar esperança e previsibilidade não significa que você dá a oportunidade das pessoas interpretarem isso como relaxamento [da quarentena]".