No último domingo (14), o jornalista Ricardo Noblat publicou no seu Twitter uma charge de Renato Aroeira em que o presidente Jair Bolsonaro pinta uma cruz vermelha de hospital e a deixa parecida com uma suástica.
Caiu na Rede!
"Bora invadir outro?", diz Bolsonaro na charge. Era uma referência à fala do presidente em que ele estimulava seus apoiadores a invadir hospitais públicos ou de campanha e filmar seu interior, "para mostrar se os leitos estão ocupados ou não". Bolsonaro sugeriu que essa era uma forma de mostrar o real impacto dos atendimentos relacionados ao coronavírus na saúde pública.
No dia seguinte, o governo reagiu ao post de Noblat.
A Secom, Secretária de Comunicação da Presidência, publicou em sua conta no Twitter que o jornalista e Aroeira deveriam responder por falsa imputação de crime.
Falsa imputação de crime é crime. O senhor Ricardo Noblat e o chargista estão imputando ao Presidente da República o gravíssimo crime de nazismo; a não ser que provem sua acusação, o que é impossível, incorrem em falsa imputação de crime e responderão por esse crime. https://t.co/VTtDz6M1ti
E o ministro André Mendonça (Justiça) pediu que Polícia Federal e à Procuradoria Geral da República investigassem a publicação da charge por crime contra a segurança nacional.
Solicitei à @policiafederal e à @MPF_PGR abertura de inquérito para investigar publicação reproduzida no Twitter Blog do Noblat, com alusão da suástica nazista ao presidente Jair Bolsonaro. (...)
Essa não é a primeira vez que Bolsonaro recorre à Justiça contra uma charge o associando ao nazismo.
Em 2018, o então deputado federal entrou com ação contra o jornal O Dia. À época, a Justiça entendeu que se tratava de liberdade de expressão.
A citação vem de um caso em que Bolsonaro perdeu no TJ do RJ em 2018 contra outra charge também associando-o ao nazismo. Tribunal entendeu que, por ser uma sátira, charge é em si um exagero, não uma descrição da realidade exata. Decisão está toda aqui: https://t.co/IVFT8zb00x.
"Transformaram a Secom em Secen, a Secretaria da Censura e assuntos afins", disse Aroeira.
Como uma forma de manifestar apoio a Aroeira e de criticar o que consideraram uma tentativa de censura do governo federal, outros artistas se reuniram para publicar "charges continuadas" – já que a charge de Aroeira falava em "crime continuado" – semelhantes à original.
Somos todos Aroiera É certo, que membros do governo Bolsonaro e o próprio se encantam com as ditaduras de extrema direita... https://t.co/fvz6W8AOeY #chargistascontracensura #Somostodosaroeira
#chargistascontracensura #SomosTodosAroeira
Charge de Angel Boligan @AngelBoligan #chargistascontracensura #somostodosaroeira #SomosTodosAroeira
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#chargistascontracensura #somostodosaroeira
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E outros cartunistas fizeram suas próprias charges sobre o assunto:
Em respeito a figura do Excelentíssimo Senhor Presidente da República Jair Bolsonaro e a Lei de Segurança Nacional, peço que NÃO compartilhem essa charge! Obrigado. @brasil247
Todos com Aroeira!
Todos com Aroeira 2