• newsbr badge

Este foi o caminho que a denúncia contra o Facada Fest percorreu até chegar ao Sergio Moro

Tudo começou em 19 de setembro de 2019, quando o Instituto Conservador de São Paulo apresentou a denúncia dizendo que o cartaz fazia apologia à tentativa de homicídio sofrida pelo presidente Bolsonaro. Os organizadores negam.

Um cartaz de divulgação do festival de punk rock "Facada Fest" no Pará levou o ministro da Justiça, Sergio Moro, a autorizar uma investigação contra os organizadores.

Tudo começou em 19 de setembro de 2019, quando Edson Pires Salomão, presidente do Instituto Conservador de São Paulo, denunciou ao MPF o cartaz do Facada Fest.

O Ministério Público Federal em São Paulo disse que o caso não era sua competência e o encaminhou para o MPF no Estado do Pará.

Foi então que o procurador da República Patrick Menezes Colares, do Pará, disse que o caso, por envolver o chefe do Executivo, deveria passar pelo crivo do Ministério da Justiça e encaminhou a denúncia à Procuradoria-Geral da República.

Ainda sem entrar no mérito da denúncia, o procurador-geral da República, Augusto Aras, encaminhou o pedido de investigação a Moro...

... que, após parecer jurídico da pasta que comanda, entendeu que cabia sim ao MPF investigar o caso. Segundo o ministro, tudo indicava para um crime de honra contra o presidente.

O caso então voltou ao Pará e o procurador Patrick pediu à Polícia Federal que ouvisse os organizadores do Facada Fest, o que aconteceu na última quinta-feira (27).

O BuzzFeed News conversou com Jayme Neto, 51, vocalista da banda Delinquentes e um dos organizadores do evento. Ele vê censura no inquérito.

“Foi um ato de censura, com certeza. Aos nossos olhos pareceu bem explicito, minha visão e de vários envolvidos é de que foi uma intimidação, algo do tipo: 'parem de fazer isso, vocês estão incomodando'. O que me preocupa é que isso possa servir de exemplo pra outros eventos, outros festivais que queiram criticar o presidente”, disse Jayme.

Pelo Twitter, Moro disse que a iniciativa do inquérito não foi dele, "mas poderia ter sido".

A iniciativa do inquérito não foi minha,como diz a Folha de SPaulo, mas poderia ter sido.Publicar cartazes ou anúncios com o PR ou qualquer cidadão empalado ou esfaqueado não pode ser considerado liberdade de expressão.É apologia a crime, além de ofensivo. https://t.co/SGQeBlYbpR

O organizador comenta que por conta da repercussão, inclusive com o nome do festival parando entre os assuntos mais comentados do Twitter, muita gente "descobriu" a cena de rock paraense.

“Na página do Facada Fest, no primeiro post que foi feito sobre esse inquérito, rolou um ataque muito grande de bolsominions, muita xenofobia. A maioria dos comentários era: ‘nossa, pensava que aí só tinha tecnobrega’. Esse caso foi bom para mostrar que temos bandas aqui, uma galera que sabe tocar bem, sabe protestar e resistir. Eu espero que sim, no geral, que o olhar da galera seja virado pra cá, tem muitas bandas boas no Pará e no Norte do país.”

Utilizamos cookies, próprios e de terceiros, que o reconhecem e identificam como um usuário único, para garantir a melhor experiência de navegação, personalizar conteúdo e anúncios, e melhorar o desempenho do nosso site e serviços. Esses Cookies nos permitem coletar alguns dados pessoais sobre você, como sua ID exclusiva atribuída ao seu dispositivo, endereço de IP, tipo de dispositivo e navegador, conteúdos visualizados ou outras ações realizadas usando nossos serviços, país e idioma selecionados, entre outros. Para saber mais sobre nossa política de cookies, acesse link.

Caso não concorde com o uso cookies dessa forma, você deverá ajustar as configurações de seu navegador ou deixar de acessar o nosso site e serviços. Ao continuar com a navegação em nosso site, você aceita o uso de cookies.