• newsbr badge

Um colégio adventista perguntou "como evitar o homossexualismo" na prova de português

Prova de gramática se baseou em livro que prega que homossexualidade é um "desvio de comportamento" aprendido na infância.

Um colégio adventista de Belém (PA) aplicou, na última segunda-feira (18), uma prova de língua portuguesa para estudantes do 9º ano do ensino fundamental com uma série de perguntas sobre "homossexualismo" [sic]. Entre as questões, estavam perguntas como "O homossexualismo tem perdão?" e "Como evitar o homossexualismo?"

O viés discriminatório da prova de português gerou uma forte reação nas redes sociais depois que o irmão de uma estudante resolveu expor o caso no Instagram. No Twitter, o termo "Colégio Adventista" estava entre os mais comentados na manhã desta terça (19).

gente, acabou de rolar essa denuncia no instagram do colégio adventista aqui em Belém. E eu não sei nem oq dizer. HOMOFOBIA É CRIME. E TÃO ENSINANDO ISSO EM ESCOLA????!! E pasmem o assunto é de língua portuguesa.

O BuzzFeed News entrou em contato com a escola, que confirmou o teor das perguntas, mas não respondeu o que exatamente a condenação de uma determinada orientação sexual tem a ver com gramática.

A prova foi entregue aos alunos e poderia ser levada para casa e feita com consulta do livro "De Bem Com Você", de Sueli Nunes Ferreira e Marcos de Benedicto.

No livro, os autores rejeitam o uso do termo "homossexualidade", considerado menos discriminatório por não equiparar a orientação sexual a uma doença, e dizem que se trata de um "desvio de comportamento".

Conforme os autores, "o homossexualismo é 'aprendido': a pessoa 'decide' se tornar homossexual na infância".

Quem trouxe o caso à tona foi Herisson Lopes, 26, depois de ouvir sua irmã, aluna da escola, discutir com um colega de sala sobre as questões da prova de português.

"Estava no quarto, fui até a cozinha e vi ela discutindo sobre as questões com um colega de sala, falando sobre a gravidade das perguntas. Quando li, fiquei assustado", disse ele, ao BuzzFeed News, por telefone.

"Hoje pela manhã, fui até o colégio para tentar entender o que aconteceu exatamente. A coordenação da escola me informou que é um livro paradidático. A coordenadora falou que não sabia da circulação desse livro dentro da sala. Eu fico indignado porque não se tem conhecimento formal da coordenação pedagógica da escola", afirmou Lopes.

O que diz a escola:

Em nota, o Colégio Adventista de Correios, em Belém, afirmou que "as questões contidas no questionário tinham como objetivo colher as diversas opiniões e sentimentos sobre a temática em estudo e davam a cada estudante a oportunidade de expressar livremente sua opinião. Um livro serviu como auxílio na tarefa, o que ocorre em várias disciplinas" e que "acima de tudo, respeita todos os indivíduos sem qualquer tipo de discriminação sexual, racial, religiosa, ou de outra natureza".



Utilizamos cookies, próprios e de terceiros, que o reconhecem e identificam como um usuário único, para garantir a melhor experiência de navegação, personalizar conteúdo e anúncios, e melhorar o desempenho do nosso site e serviços. Esses Cookies nos permitem coletar alguns dados pessoais sobre você, como sua ID exclusiva atribuída ao seu dispositivo, endereço de IP, tipo de dispositivo e navegador, conteúdos visualizados ou outras ações realizadas usando nossos serviços, país e idioma selecionados, entre outros. Para saber mais sobre nossa política de cookies, acesse link.

Caso não concorde com o uso cookies dessa forma, você deverá ajustar as configurações de seu navegador ou deixar de acessar o nosso site e serviços. Ao continuar com a navegação em nosso site, você aceita o uso de cookies.