Notas fiscais indicam que OAS pagou R$ 600 mil para equipar tríplex reservado a Lula

    Documentos enviados pela empresa Kitchens mostram que compras da OAS para imóveis somaram quase o dobro do apontado pela acusação inicialmente. Defesa do ex-presidente diz que acusação é ficcional e que imóvel nunca pertenceu a ele.

    Notas fiscais indicam que a empreiteira OAS gastou mais que o dobro do que o valor denunciado pelo Ministério Público Federal para equipar o apartamento tríplex no Guarujá (litoral de SP) reservado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    Os documentos enviados pela empresa Kitchens Cozinhas e Decorações Ltda. aos autos de uma das ações penais que tem Lula como réu mostram que a empreiteira comprou R$ 607 mil em móveis e equipamentos para equipar a cozinha, banheiros e dormitórios da cobertura 164-a do edifício Solaris.

    Na denúncia apresentada contra Lula em setembro, os procuradores da força-tarefa da Lava Jato haviam estimado em R$ 287 mil os gastos da OAS Empreendimentos para equipar o imóvel (R$ 342 mil em valores atualizados em julho de 2016).


    Os gastos ocorreram entre 24 de setembro e 24 de novembro de 2014.


    Dos R$ 607 mil em equipamentos e móveis, R$ 111 mil foram comprados no dia 12 de novembro, dois dias antes da Polícia Federal deflagrar a fase Juízo Final da Lava Jato, que levou à cadeia alguns dos principais executivos de empreiteiras do país, entre eles o sócio e ex-presidente da OAS Léo Pinheiro.

    Os investigadores afirmam que as compras da Kitchens e a própria reforma do apartamento configuram atos de lavagem de dinheiro para dissimular vantagens indevidas pagas pela OAS ao ex-presidente.

    A Procuradoria estimou em R$ 2,4 milhões o valor das vantagens pagas pela OAS no caso do tríplex. O valor abrange parte das prestações para aquisição do imóvel, reformas estruturais (incluindo a instalação de um elevador privativo) e a compra de equipamentos e decoração.

    A defesa de Lula refuta veementemente a acusação de corrupção e lavagem de dinheiro. E diz que o apartamento não pertence, "como jamais pertenceu" ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    "As notas estão no nome de quem? Da OAS. Nada disso diz respeito ao ex-presidente Lula. É uma acusação irreal, ficcional, incompatível com o funcionamento da Justiça em um regime democrático", disse o advogado José Roberto Batochio.

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