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16 fotos angustiantes da linha de frente do combate ao coronavírus

"Quero que estas fotos e esta história sejam mais do que apenas estatísticas — gostaria que as pessoas realmente vissem como é."

Em todo o mundo, profissionais da área médica estão trabalhando incansavelmente na linha de frente da pandemia de coronavírus para salvar vidas, apesar do tremendo risco da doença e do sofrimento psicológico.

O correspondente especial e fotógrafo da Getty Images John Moore tem documentado a crise de saúde em andamento desde março de 2020, quando o Life Care Center em Kirkland, Washington, tornou-se o epicentro do surto nos EUA após registrar vários casos de Covid-19. Enquanto o vírus continuava se espalhando pelos Estados Unidos, Moore mudou seu foco para o emergente epicentro de Nova York e seus profissionais de saúde lutando para salvarem vidas nas linhas de frente da pandemia.

Aqui, Moore compartilha com o BuzzFeed News essas imagens poderosas e discute como é cobrir a maior crise de saúde dos EUA em um século.

Você pode falar sobre como começou sua cobertura da atual crise de saúde?

John Moore: Estou no ramo há quase 30 anos, cobrindo conflitos, questões sociais, imigração e a epidemia de ebola de 2014 na África Ocidental. Estive recentemente na Austrália, cobrindo o efeito das queimadas na vida selvagem no início de fevereiro e, naquele momento, não poderia imaginar que eu estaria cobrindo a história que estou cobrindo agora.

Eu estava de volta aos EUA há cerca de um mês quando fui enviado para Seattle para cobrir a parte inicial da epidemia de Covid-19 no noroeste. Pude ver, de certa forma, um prenúncio em Seattle do que viria a acontecer com o resto dos Estados Unidos. O centro da cidade foi esvaziado, o Life Care Center próximo em Kirkland, Washington, teve dezenas de mortes de idosos, e muitas equipes médicas e socorristas estavam sendo infectados. Essa situação se repetiria não apenas na cidade de Nova York, mas em muitas partes dos Estados Unidos.

Eu pude ver isso bem antes.

A situação evoluiu e se tornou nacional. Quando comecei a cobrir a pandemia nos EUA, ela era mais local e regional. Acho que todos sabemos que, na época, era óbvio que Seattle tinha um problema, a contaminação já havia se espalhado para outras partes dos EUA, mas ainda não havia sido relatada devido ao tempo necessário para a incubação do vírus.

Eu vi isso crescer e se tornar um fenômeno nacional. Quando a epidemia começou a se espalhar na área da cidade de Nova York, voltei e comecei a concentrar meu trabalho nos subúrbios. Embora o principal epicentro esteja na cidade, os subúrbios também são altamente afetados. Então é aí que eu concentrei minha energia.

Quais precauções você toma ao trabalhar em ambientes potencialmente perigosos?

Eu aprendi como usar equipamentos de proteção individual enquanto cobria o surto de ebola na Libéria — claro, os vírus são muito diferentes. O ebola tem uma taxa de mortalidade muito maior, mas é mais difícil de contrair. A Covid-19 se espalha facilmente, mas não mata a maioria das pessoas infectadas, portanto os protocolos são diferentes.

O nível de EPI (equipamento de proteção individual) que eu uso realmente depende da situação que estou fotografando. Às vezes, uso EPI completo, que inclui um respirador facial, um macacão, dois pares de luvas de látex e geralmente algo cobrindo minhas botas. Também uso bastante spray de água sanitária, spray antisséptico e álcool em gel. Em outros ambientes, apenas uma máscara N95 e luvas são necessárias.

Devo mencionar que, embora os jornalistas que cobrem este assunto estejam em perigo, não chega nem perto do nível que os profissionais de saúde têm de suportar. Eles estão tocando as pessoas constantemente enquanto cuidam delas, enquanto eu tento tocar apenas na minha câmera.

Como você é capaz de separar o impacto humano e a ansiedade dessas situações hostis do seu trabalho como fotojornalista?

O que me dá força nessa profissão é a crença de que o que fazemos como fotojornalistas é importante. Acredito que permitir que as pessoas vejam o que está acontecendo em um nível humano ajuda o público a simpatizar com aqueles que estão sofrendo. Quero que estas fotos e esta história sejam mais do que apenas estatísticas — gostaria que as pessoas realmente vissem como é.

Claro, essa é uma história muito delicada de ser abordada, e eu tento fotografar as pessoas de uma maneira que elas sintam que fazem parte da história, que estão participando da cobertura. Eu sempre tento lidar de maneira sensível com as pessoas que fotografo.

O que você quer que as pessoas saibam sobre os profissionais de saúde que você tem fotografado?

Os profissionais de serviços de emergência médica são realmente os socorristas na linha de frente durante essa luta contra a Covid-19. Eles são a frente dessa linha de frente e se expõem a cenas horríveis o dia inteiro. Eles trabalham jornadas extremamente longas e têm uma grande dedicação com o único objetivo de salvar a vida das pessoas.

Acho que as pessoas realmente apreciam o que eles fazem, mas também é útil que as pessoas vejam fotos desses profissionais em ação. São indivíduos que geralmente trabalham não apenas em turnos de 12 horas, mas em turnos de quase 24 horas, e é um trabalho extremamente cansativo. Mas eles acreditam no que estão fazendo, e o público é muito mais importante para eles.

Este post foi traduzido do inglês.

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