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Presidente da CNI é indiciado pela Polícia Federal por crime eleitoral

Robson Andrade é acusado de usar um contrato da entidade para viabilizar caixa dois para a campanha do governador de Minas, Fernando Pimentel (PT).

Um dos mais importantes empresários do país, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, foi indiciado pela Polícia Federal por crime eleitoral e falsidade ideológica na operação Acrônimo, que investiga o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel. Outro empresário investigado, Elon Gomes, do grupo Aliança, admitiu caixa dois.

Na prática, o indiciamento significa que, para a PF, já há indícios de que o presidente da CNI cometeu crimes nos fatos investigados pela Acrônimo. A denúncia cabe ao Ministério Público Federal.

Robson Andrade foi citado pela primeira vez no inquérito pelo delator Benedito de Oliveira Neto, o Bené. Outrora operador de Fernando Pimentel, ele disse que acertou com Robson Andrade o desvio de um contrato da CNI para viabilizar caixa dois para a campanha do petista.

Segundo o delator, o acerto foi de R$ 1 milhão, vindo de fornecedores da Olimpíada do Conhecimento de 2014, tradicional evento da CNI.

Assim falou o delator:


Confissão

Presidente do grupo Aliança, que opera planos de saúde, o empresário Elon Gomes admitiu à Polícia Federal que pagou R$ 2,6 milhões em caixa dois para Pimentel.

Em depoimento prestado aos investigadores, Elon disse que "quis evitar possíveis inimigos no governo". No total, ele disse que se reuniu seis vezes com Bené.

Elon afirma que, de início, recusou-se a pagar o montante. Ele disse que foi convencido por Bené, que usou a influência de Pimentel como governador e um dos políticos mais próximos da então presidente Dilma Rousseff.

Assim disse Bené, de acordo com o depoimento de Elon.

"Hoje você não precisa do governo federal ou do governo estadual, mas amanhã se você precisar será bom ter amigos".

O argumento foi suficiente e Elon pagou R$ 2,6 milhões. Ele afirma que simulou contratos de consultoria com Bené e fornecedores da campanha de Pimentel. Deu, ainda, R$ 100 mil em dinheiro vivo.

Elon conta que, até aquele momento, não havia conversado com Pimentel. O encontro só ocorreu depois da eleição, em fevereiro de 2015, na casa do governador. Foi um jantar para agradecer aos doadores de campanha. O curioso é que, naquele momento, o avião de Bené já tinha sido alvo de uma batida da PF e já havia um inquérito sobre lavagem de dinheiro.

"Pimentel agradeceu pessoalmente ao declarante e genericamente se colocou à disposição", disse Elon em seu depoimento.

Procurado, o advogado de Pimentel, Eugênio Pacelli, rechaçou as acusações.

"O Governador não responderá por qualquer e suposta entrega de dinheiro a Benedito. Não sabemos nem a origem e nem o destino de tais valores. Uma coisa é certa: Benedito extrapolou todos os limites de sua atuação na campanha, agindo por conta própria e em benefício pessoal. Não reconhecemos quaisquer desses fatos, que deverão ser respondidos por aquele que recebeu a suposta quantia", diz o advogado.

Eduardo Toledo, advogado de Elon Gomes, disse que não comentaria em razão do sigilo. O texto será atualizado assim que houver uma posição do presidente da CNI, Robson Andrade.

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