ATUALIZAÇÃO: A Polícia Federal concluiu a contagem do dinheiro durante a madrugada desta quarta (6). Este post foi alterado para incluir o número final.
Uma ligação anônima resultou na maior apreensão em dinheiro vivo da história da Polícia Federal: R$ 51 milhões. O alvo é o ex-ministro Geddel Vieira Lima, do PMDB, um dos integrantes do núcleo de poder do presidente Michel Temer. Ele era chamado de "Carainho" e "Boca de jacaré para receber" por Lúcio Funaro, operador do PMDB.
Foram 14 horas de contagem com sete máquinas trabalhando sem parar para contabilizar a montanha de dinheiro.
Geddel tem um vasto currículo: três apelidos sobre corrupção, inúmeras acusações e até um desafeto com Renato Russo. Mas nada se compara a essa montanha de dinheiro:
Geddel é investigado pela suspeita de cobrar propina para atuar em favor de empresas nos investimentos bilionários do FI-FGTS, fundo da Caixa. Ele era vice-presidente do banco no governo Dilma.
Ele já foi preso, teve o celular apreendido e o apartamento vasculhado pela PF. Esse foi o registro da audiência com a Justiça após ser preso. Atualmente, está em prisão domiciliar.
Mas a descoberta do tal bunker de dinheiro surgiu após um telefonema anônimo indicar um segundo apartamento usado por ele para, em tese, guardar pertences do pai, morto em 2016.
Obviamente, não há um ranking oficial sobre valores apreendidos em operações oficiais. Mas outras batidas da PF, nem de perto, chegam ao valor de Geddel. Em 2011, foram apreendidos R$ 12, 2 milhões, o que foi classificado como a maior da história. Mas esse número incluía mais de um alvo e valores em dólares, convertidos para o real. Já em 2005, a PF levou mais de dez horas para contar R$ 10.202.690. Eram sete malas, em poder do então deputado João Batista Ramos (PFL-SP), bispo da Igreja Universal do Reino de Deus.