Esse texto foi corrigido às 12h47: diferentemente das primeiras informações que foram divulgadas, a Procuradoria pediu a prisão de Aécio Neves (PSDB) e o ministro Edson Facchin negou. O pedido de prisão, portanto, não será julgado pelo plenário do STF.
Menos de 12 horas depois de O Globo revelar que o empresário Joesley Batista, dono da Friboi, gravou o presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves em conversas escandalosas, a Polícia Federal foi às ruas para prender parte dos envolvidos no caso.
Em resumo, Temer foi flagrado tratando do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha e Lúcio Funaro, ambos presos pela Lava Jato. E sugeriu ainda o deputado Rocha Loures (PMDB-PR) para receber dinheiro. A PF filmou a entrega. Aécio, por sua vez, pede R$ 2 milhões e fala em "matar" um possível delator.
Nesta quinta-feira (18), a Polícia Federal cumpriu diversos mandados de busca e apreensão, além de prisões. O pedido partiu da Procuradoria-Geral da República e foram autorizados pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal.
O que sabemos até aqui:
Aécio afastado e com risco de prisão
O senador já foi afastado do cargo, por ordem do Supremo, em razão das graves acusações. A PGR pediu, ainda, sua prisão. Mas Edson Fachin negou. O pedido pode ir a plenário ou para a segunda turma do Supremo, caso a PGR recorra.
Sua irmã, Andrea Neves, já está presa pela PF. Assim como seu primo, Fred Medeiros. Ele é citado como o destinatário do dinheiro discutido por Aécio. Ele é, também, o protagonista da seguinte frase de Aécio:
“Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação. Vai ser o Fred com um cara seu".
A Folha informa que Aécio deve admitir que pediu o dinheiro. Nessa versão, ele diria que o pedido foi fruto de uma "relação privada" entre o senador e o empresário.
Rocha Loures, outro afastado
Desconhecido por muitos, Rodrigo Rocha Loures é deputado pelo PMDB do Paraná e figura próxima de Temer, sobretudo nos bastidores. Ele foi filmado recebendo dinheiro.
Por ordem do Supremo, já foi afastado do cargo e também deve ser alvo do plenário do tribunal, numa possível prisão.
Ele está em Nova York. Havia participado do mesmo evento que o prefeito de São Paulo, João Dória.
A irmã de Lúcio Funaro, Roberta, foi presa. Ela é acusada de receber dinheiro para garantir o silêncio do irmão, preso pela Lava Jato como operador do PMDB.
Há ainda diversas ordens de busca e apreensão, em endereços dos citados. Um dos alvos é um imóvel do coronel João Batista Lima Filho, amigo de Temer.