A Coreia do Norte anunciou nesta terça (4) que realizou com sucesso seu primeiro teste de míssil com alcance intercontinental. É a arma mais potente testada pelo regime até hoje, com potencial para chegar ao território dos Estados Unidos.
O anúncio ocorreu horas após autoridades de defesa americanas e sul-coreanas dizerem que a Coreia do Norte havia lançado um míssil que atingiu a altitude de 2.500 km. A trajetória do artefato foi acompanhada durante 37 minutos, antes de cair no Mar do Japão.
O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, confirmou que o míssil pode ter alcance intercontinental. O comando do Exército americano no Pacífico, em nota à imprensa, disse que era "um míssil com alcance intermediário" e que o lançamento "não pôs em risco a América do Norte".
Um anúncio na TV estatal norte-coreana disse que o país agora é "uma potência nuclear completamente desenvolvida", e que o míssil era "capaz de atingir qualquer parte do mundo". O apresentador também afirmou que o artefato atingiu 2.802 km de altura e percorreu 933 km em 39 minutos.
O lançamento desta terça ocorre após uma série de outros testes que ocorreram no início do ano. Desde então, os Estados Unidos avaliam a real possibilidade de a Coreia do Norte construir um míssil que atinja a América do Norte.
Conforme notícia sobre o lançamento vieram à tona, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi ao Twitter criticar o ditador Kim Jong-un, insinuando que a China pressione o regime norte-coreano. Ele, no entanto, não deixou claro se o governo irá encorajar Pequim a tomar alguma ação.
"A Coreia do Norte lançou outro míssil. Esse cara [Kim Jong-un] não tem algo melhor para fazer da vida? É difícil acreditar que a Coreia do Sul..."
"...e o Japão vão aguentar isso por muito mais tempo. Talvez a China faça pressão e obrigue a Coreia do Norte
a acabar com essa loucura de
uma vez por todas."
No mês passado, Trump recebeu o presidente sul-coreano em Washington e um dos temas discutidos foi a beligerância norte-coreana.
A reunião do G20 marcada para os próximos dias em Hamburgo, na Alemanha, também deve tratar do assunto — Trump terá encontros com outros líderes mundiais, incluindo o da China, Xi Jinping.
Um porta-voz do Ministério do Exterior da China pediu calma, reafirmando a posição que a diplomacia chinesa costuma adotar sobre o assunto.
Críticos da política chinesa dizem que o país não impõe as sanções internacionais à Coreia do Norte adequadamente, fazendo vista grossa a comércio ilegal de todo tipo — de materiais de construção a artigos de luxo e carros.
A China nega as acusações, apesar de ter trabalhado, no passado, para enfraquecer as sanções impostas pela ONU à Coreia do Norte.
Este post foi traduzido do inglês.