Procuradoria investiga dinheiro do FGTS usado nas Trump Towers no Rio

    Fundo da Caixa que recebeu R$ 3,5 bilhões do FGTS é sócio no empreendimento. Além disso, terreno em que cinco torres deveriam ter sido construídas foi comprado pela Prefeitura do Rio, também com recursos do fundo trabalhista.

    A Operação Greenfield, que apura desvios em fundos de investimento estatais, está investigando as Trump Towers no Rio, negócio do candidato republicano à Presidência dos EUA, Donald Trump — que atrasou e não tem prazo de entrega.

    A menção à Organização Trump, revelada pelo jornal Folha de S.Paulo, consta na denúncia contra o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) e o ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB).

    Na denúncia, os procuradores escrevem — sem detalhar — que o negócio das Trump Towers envolvendo a Caixa "favoreceu, de forma suspeita, o grupo The Trump Organization".

    O terreno destinado às cinco torres, na zona portuária da cidade, foi comprado pela Prefeitura do Rio com recursos do Fundo de Investimento do FGTS, repassados antes à Caixa.

    O banco público criou um fundo de investimento, destinado especificamente a financiar obras do projeto Porto Maravilha, que recebeu R$ 3,5 bilhões vindos do FI-FGTS.

    A operação financeira aconteceu da seguinte maneira: a Prefeitura do Rio emitiu títulos chamados Cepacs. Para construir no Porto Maravilha, empresas interessadas deveriam comprar Cepacs, de acordo com o tamanho da construção.

    Em seguida, esses papéis foram vendidos pela prefeitura, por R$ 3,5 bilhões, ao fundo de investimento recém-criado pela Caixa — que usou o dinheiro emprestado pelo FI-FGTS.

    O fundo passou a oferecer os Cepacs em troca de sociedade nos empreendimentos, como no caso das Trump Towers, ou revender no mercado — que demonstrou pouco interesse.

    Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa, fechou acordo de delação com a Procuradoria-Geral da República em que admitiu ter recebido R$ 2 milhões em propinas do Porto Maravilha.

    Próximo de Cunha, Cleto integrava o comitê de investimento do fundo para o Porto Maravilha — fonte do dinheiro usado na compra do terreno das Trump Towers e sócio da construção.

    Em reuniões com investidores, representantes do fundo da Caixa apresentaram o projeto das Trump Towers — como mostram os slides abaixo, feitos por uma gerente da área.

    A construção foi anunciada em 2012, e os prédios deveriam ter ficado prontos, em parte, para a Olimpíada do Rio 2016.

    Até agora, as obras não começaram e não há previsão.

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