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Um grupo de mulheres que processou Harvey Weinstein chegou a um acordo de quase US$ 19 milhões

"Harvey fugiu da responsabilidade por décadas, e esse foi um momento poderoso para nos unirmos e exigirmos justiça", disse a autora da queixa, Caitlin Dulany.

Um grupo de mulheres que processou o produtor de cinema Harvey Weinstein por má conduta sexual chegou a um acordo provisório de quase US$ 19 milhões na terça-feira (30).

A procuradora-geral de Nova York, Leticia James, anunciou na terça-feira que o acordo, que faz parte de uma ação coletiva contra Weinstein, também liberaria as mulheres dos acordos de confidencialidade e de não divulgação.

"Travamos uma longa e cansativa batalha no tribunal", disse Caitlin Dulany, uma das autoras do processo, em um comunicado divulgado pelo escritório de James. “Harvey fugiu da responsabilidade por décadas, e esse foi um momento poderoso para nos unirmos e exigirmos justiça. Saber que ajudaremos tantas mulheres que há muito tempo esperam ajuda me dá esperança de que esse acordo continue empoderando outras mulheres a falar.”

Caso seja aprovado pelos tribunais distritais e de falências dos EUA, o acordo de US$ 18.875.000 pagará às vítimas de Weinstein entre US$ 7.500 e US$ 750.000 cada uma, de acordo com o documento.

O processo, que foi aberto há dois anos, também acusa Robert Weinstein, irmão de Harvey Weinstein, e outros agentes da Weinstein Company de não impedirem a má conduta sexual de Weinstein.

Em seu comunicado anunciando o acordo, o escritório de James disse que Weinstein “criou um ambiente de trabalho hostil ao repetidamente e persistentemente assediar sexualmente as funcionárias, inclusive comentando frequentemente sobre suas aparências físicas, criticando-as e exigindo que elas trabalhassem enquanto ele estava nu ou apenas parcialmente vestido."

Weinstein também fez suas funcionárias comprarem injeções para disfunção erétil e limparem o local após ele transar, e forçou as mulheres a transarem com ele se quisessem manter o emprego ou progredir em suas carreiras, de acordo com o escritório de James.

O New York Times relatou as primeiras alegações de má conduta contra Weinstein em 2017, o que ajudou a desencadear o movimento #MeToo. Dezenas de mulheres apareceram alegando também terem sido abusadas por Weinstein após a reportagem original do jornal.

O anúncio acontece três meses após Weinstein ter sido condenado a 23 anos de prisão por estuprar uma mulher, Jessica Mann, e se envolver em um ato sexual criminoso contra outra, Mimi Haley. Ele está preso em Buffalo, Nova York (EUA), no Wende Correctional Facility.

"Harvey Weinstein deixou um rastro de trauma arrasador para muitas mulheres", disse a advogada e ex-atriz sobrevivente Louisette Geiss em um comunicado. “Tínhamos aspirações por carreiras em uma área que realmente adorávamos, e Weinstein tirou esse sonho e muito mais de nós. Eu sabia que não estava sozinha, e ao juntar forças com as sobreviventes pudemos lutar por mudanças significativas neste caso pioneiro."

Nem todo mundo está satisfeito com o acordo. Os advogados de seis outras mulheres, que também estão processando Weinstein por má conduta, classificaram o processo como uma "total traição" e disseram que era inaceitável porque ele não responsabiliza Weinstein.

“[Nós] estamos surpresos que a procuradora-geral possa, de alguma forma, se vangloriar de uma proposta que falha em diversos níveis. Apesar de não questionarmos nenhuma sobrevivente que realmente queira participar deste acordo, entendemos que o acordo proposto é profundamente injusto por muitas razões”, disseram os advogados Douglas Wigdor e Kevin Mintzer em um comunicado. "Estamos completamente surpresos que a procuradora-geral esteja cantando vitória por esta proposta injusta e, em nome de nossas clientes, contestaremos com veemência no tribunal."

Este post foi traduzido do inglês.

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