A Polícia Federal prendeu nesta quinta (23), na Operação C'est Fini, mais dois participantes da farra dos guardanapos.
O empresário George Sadala e o ex-secretário da Casa Civil Régis Fichtner aparecem nas fotos do jantar oferecido em Paris pelo então governador Sérgio Cabral (PMDB).
Segundo o Ministério Público Federal, Cabral promoveu o encontro em Paris, em 2009, para comemorar antecipadamente a escolha do Rio para ser sede da Olimpíada. O resultado oficial só seria divulgado meses depois, mas, de acordo com os procuradores, houve pagamento de propina para garantir a escolha do Rio.
Sadala, que foi preso hoje, aparece na foto mais famosa da farra dos guardanapos (acima). Dentre os que aparecem na imagem, apenas o ex-secretário de Urbanismo Sérgio Dias não é investigado.
O outro empresário que aparece na foto, Fernando Cavendish, chegou a ser preso no ano passado, mas foi solto um mês depois. Ele cumpre prisão domiciliar e negocia um acordo de delação premiada.
Durante o encontro, Sadala protagonizou até um trenzinho com dois então secretários estaduais — Sergio Côrtes (ex-Saúde) e Wilson Carlos (ex-Governo) — que atualmente estão presos.
Apesar de não ter sido fotografado com um guardanapo na cabeça, Fichtner também estava na festa. Em outra imagem, ele aparece ao lado de Cabral e de Wilson Carlos.
Fichtner é acusado pelo Ministério Público Federal de ter recebido ao menos R$ 1,5 milhão em propina — ele teria recebido propina, inclusive, dentro do próprio Palácio Guanabara.
Outros participantes da farra dos guardanapos também são investigados pelo Ministério Público, como o ex-prefeito Eduardo Paes (PMDB).
Paes é investigado, junto com o deputado e ex-secretário Pedro Paulo (PMDB-RJ), em um inquérito que apura se eles receberam vantagens indevidas da Odebrecht em troca de contratos da Olimpíada. Os desvios somariam, segundo os procuradores, cerca de R$ 18 milhões.