Entenda o que está sendo discutido no julgamento de Dilma com gifs
Um dos momentos mais interessantes da longa sessão desta segunda foi o confronto de Dilma Rousseff com Aécio Neves (PSDB-MG), adversário que ela derrotou em 2014.
O BuzzFeed Brasil resume abaixo as perguntas e respostas importantes no depoimento da presidente afastada Dilma Rousseff no Senado Federal.
1. Kátia Abreu (PMDB-TO)
Amiga de Dilma, Kátia fez uma explicação sobre como o mandato da petista ajudou a melhorar o agronegócio do país.
Ao final, a ex-ministra arrematou: "Não vou fazer nenhuma pergunta. Peço apenas que a senhora fale para esse plenário e para a história sobre o ataque político que lhe tem como alvo, mas que terá como vítima a democracia brasileira".
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Dilma aproveitou seu tempo de resposta para elencar números e feitos de seu mandato.
"Agradeço as palavras da senadora Kátia Abreu. De fato, eu me orgulho muito de ter ampliado os recursos do Plano Safra, tanto da agricultura familiar quanto da agricultura comercial."
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2. Ana Amélia (PP-RS)
A oposicionista passou a maior parte de seu tempo explicando por que o impeachment, para ela, não é golpe.
"A sua presença aqui legitima o julgamento e derruba a narrativa de sua Excelência e do seu partido, quando insiste quando fez agora no seu pronunciamento em fazer a referência a golpe", afirmou a senadora.
"O verdadeiro golpe foi contra milhões de brasileiros desempregados e milhares de jovens", ela completou.
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Dilma rebateu a senadora: "Eu não tenho um apreço egoísta pelo meu mandato", disse a presidente afastada.
"Eu defendo o meu mandato, senadora, porque ele é intrínseco à democracia. Há que provar que tem crime, se não provar que tem crime, senadora, é golpe, sim."
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3. Ricardo Ferraço (PSDB-ES)
O tucano também passou a maior parte de seu tempo questionando o uso do termo "golpe" por petistas. "A senhora não goza do direito de se autonomear vítima, senão dos seus próprios atos impensados e danosos à nação brasileira", disse.
Depois, emendou uma pergunta sobre os atos pelos quais Dilma é ré no julgamento do impeachment: "À medida em que a mais alta corte chancela este processo, vossa Excelência tem algum arrependimento dos atos praticados?".
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Dilma se ajeitou na cadeira e começou a responder pela parte do "golpe".
A presidente afastada disse: "Temo que a fragilidade dos autos deste processo, na acusação, seja responsável pela forma sem provas com as quais o senhor me acusa, de características que são meras impressões políticas".
Depois, reiterou que não cometeu crime de responsabilidade.
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4. Roberto Requião (PMDB-PR)
Requião foi o segundo peemedebista a fazer uma defesa apaixonada de Dilma.
"Não há a menor possibilidade de a presidenta ter cometido um crime", afirmou o senador.
Além disso, Requião criticou o governo de Temer, a quem chamou de "meu amigo".
Ele disse: "Reverter direitos é o caminho da alternativa [governo Temer]".
A pergunta, por fim, foi a seguinte: "Presidenta, algum senador do meu partido, no exercício do ministério do seu governo, contestou alguma vez a sua política econômica, fez um reparo nas reuniões ministeriais?".
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Enquanto Requião falava, Dilma até parou de escrever para prestar atenção. Depois, concordou em tudo com o senador.
Ela disse que as "pedaladas" seguiram o protocolo de todos os ministérios envolvidos, inclusive das áreas técnicas, que não se opuseram à prática da maneira como foi feita.
"É isso o que explica que esse processo é transparente, claramente compatível com todas as previsões legais e as práticas adotadas até então", afirmou Dilma.
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5. Antonio Anastasia (PSDB-MG)
Relator do impeachment na comissão especial do Senado, Anastasia citou datas e documentos a fim de desmontar a versão de Dilma, de que não houve crime de responsabilidade.
Segundo o tucano, fica claro a partir dos autos do julgamento que a petista violou a Lei de Responsabilidade Fiscal ao editar decretos que aumentaram gastos sem consultar o Congresso.
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Dilma respondeu Anastasia em termos puramente técnicos. A presidente afastada disse que a Lei Orçamentária Anual de 2015 autorizava a abertura de créditos suplementares.
O governo editou créditos suplementares em julho e em agosto de 2015. Apenas em outubro, de acordo com Dilma, o Congresso aprovou lei que proibia a manobra.
"A não ser que a gente passe a aceitar que há retroatividade da lei, fica muito difícil de dizer que há um crime de responsabilidade", rebateu a presidente afastada.
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6. Simone Tebet (PMDB-MS)
Da ala antipetista do PMDB, a senadora começou sua fala criticando a "contabilidade criativa" do governo Dilma. Segundo ela, foi uma forma de esconder da sociedade problemas da economia.
A peemedebista afirmou que a edição de decretos e as pedaladas fizeram parte de uma estratégia do governo Dilma para "continuar gastando recursos de que não dispunha e buscando recursos com quem não podia, os bancos públicos".
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"Vocês estão criminalizando a política fiscal", rebateu Dilma. Ela disse que seu governo e o de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não maquiaram as contas.
"Desde 2009, nós começamos a enfrentar a maior crise que houve no mundo depois da [crise econômica] de 29", afirmou.
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7. Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP)
Guerrilheiro da Ação Libertadora Nacional durante a ditadura militar, o senador Aloysio Nunes Ferreira questionou o uso do termo "golpe" por parte da presidente afastada Dilma.
"A nossa geração viveu, na mocidade, o golpe de 64. E nós sabemos muito bem o que é isso. E nós trabalhamos para reconstituir as instituições democráticas do país, que hoje se apresentam pujantes e das quais todos nós nos orgulhamos."
Mais à frente, o tucano questionou: "Que golpe? Golpe com a supervisão do Supremo Tribunal Federal?".
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"Eu quero dizer para o senhor uma frase muito simples: eu estou recorrendo àquilo que a Constituição prevê", começou a responder a presidente afastada.
Segundo Dilma, "a responsabilidade constitucional, senador, está aqui [no Senado]". "São os senhores senadores que têm, pela Constituição, o poder de me julgar", disse.
Por fim, deixou aberta a possibilidade de recorrer ao STF: "Eu não recorro ao Supremo Tribunal Federal agora porque não esgotei essa instância [o julgamento no Senado Federal]".
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8. José Medeiros (PSD-MT)
Pró-impeachment, o senador disse que a “árvore da democracia nunca esteve tão firme”. Segundo ele, o que foi carcomido pelos cupins foi o poder de compra dos brasileiros.
Ele disse que o governo do PT citou a “tempestade perfeita”: perda de apoio político combinada com recessão econômica. O senador lembrou que ela está sendo julgada pelas pedaladas fiscais, o que é crime.
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A presidente afastada disse que a crise econômica do Brasil não é resultado dos decretos ou do Plano Safra [as alegadas pedaladas fiscais].
Dilma disse que cortou R$ 134 bilhões em despesa e atribuiu à queda dos preços de commodities e a dificuldade fiscal para justificar a origem da crise econômica brasileira.
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9. Paulo Bauer (PSC-SC)
O senador disse que o governo Dilma quebrou regras elementares de contabilidade ao não incluir em balanços os débitos com bancos estatais, originando as “pedaladas fiscais”.
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Dilma disse que cumpriu determinações do Banco Central e, a partir do momento, que mudou o entendimento sobre o desembolso do governo. Segundo ela, depois da mudança do TCU, os débitos foram liquidados à vista.
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10. Lasier Martins (PDT-RS)
O senador começou sua pergunta com um lampejo de bairrismo, lembrando que, embora não tenha nascido no Rio Grande do Sul, Dilma fez carreira lá.
Lasier perguntou se Dilma havia sido avisada de que os créditos suplementares que originaram as pedaladas fiscais, eram irregulares. Depois, acusou-a de ser omissa.
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Dilma Rousseff disse que o governo abriu créditos, mas eles não representaram aumento das despesas sob o controle.
Dilma disse que todos os seus antecessores tomaram medidas idênticas, mas não cometeram crime, assim como ela, porque esta era a orientação.
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11. Aécio Neves (PSDB-MG)
A pergunta de Aécio Neves, candidato derrotado por Dilma em 2014, foi uma das mais esperadas do dia.
O tucano disse que não há “desonra em perder a eleição”, mas defendendo ideias e cumprindo a lei, em contraponto com Dilma que venceu, segundo ele, “faltando com a verdade e cometendo ilegalidades”.
Aécio disse que, ao contrário do que Dilma disse durante a campanha eleitoral, a inflação, recessão e crescimento da dívida pública.
O tucano perguntou se Dilma se sente responsável pelos 12 milhões de desempregados que existem no país.
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A presidente voltou a dizer que a recessão econômica foi causada pela queda dos preços da commodities no mercado internacional, como ferro e petróleo.
Ela também disse que a retomada do crescimento econômico foi atrapalhada pela chamada “pauta-bomba” do Congresso.
Dilma, por fim, dirigiu-se ao seu antigo antagonista: “Não respeito a eleição indireta, um processo de impeachment sem crime de responsabilidade”.
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12. Ronaldo Caiado (DEM-GO)
Um dos mais aguerridos opositores de Dilma no Senado, fez um inventário dos problemas da economia, como o número de desempregados e a recessão. Caiado acusou Dilma de estelionato eleitoral e, depois, perguntou sobre as pedaladas.
O goiano questionou por que o governo federal deixou de pagar os bancos estatais, gerando as pedaladas, mas pagou os empréstimos com bancos privados.
“Só BB, BNDES e Caixa não foram pagos mensalmente, todos os bancos privados foram pagos mensalmente? Por que a preferência aos públicos em detrimento aos oficiais”, perguntou.
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Para rebater o argumento do estelionato eleitoral, Dilma culpou as mudanças na política monetária dos Estados Unidos, que afetou as moedas de todos os países emergentes. “O governo brasileiro não tem o controle sobre as decisões do Federal Reserve. Ninguém tem”, disse Dilma, com ironia.
Sobre as acusações das pedaladas, Dilma disse que o Plano Safra, que financia os agricultores familiares e o agronegócio, é tocado primordialmente pelo Banco do Brasil (mais de 90% dos recursos para financiamento da safra).
Dilma também rebateu a crítica de Caiado ao financiamento de empreendimentos pelo BNDES no exterior, como o porto de Mariel, em Cuba.
Ela disse: “Na minha campanha, era quase um crime que o Brasil tivesse financiado o porto de Mariel. Agora, o presidente Obama tem no registro do seu mandato o restabelecimento das relações comerciais com Cuba. E o nosso porto de Mariel é disputado por quem quer investir em Cuba”.
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13. Lídice da Mata (PSB-BA)
A senadora baiana disse que não estava na base de Dilma em seu segundo mandato, mas criticou duramente o impeachment. Lídice perguntou sobre como a eleição do deputado Eduardo Cunha como presidente da Câmara agravou a crise política.
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“A mais danosa possível", disse Dilma, e citou o que seriam operações de Cunha para beneficiar “alguns interesses estranhos” na Lei dos Portos, em 2014 — manobra que foi abortada por Renan Calheiros.
Ela disse que a eleição de Cunha acelerou o processo de desestabilização do governo e que, uma vez na cadeira de presidente da Câmara, causou um "rombo na capacidade de superação da crise”, obstruindo a aprovação de projetos importantes. Mais uma vez, Dilma disse que não cometeu crime de responsabilidade.
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14. Magno Malta (PR-ES)
Normalmente pirotécnico, o senador perguntou, com “pureza da alma” — palavras dele —, se Dilma mentiu no processo eleitoral.
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"Não menti no processo eleitoral", disse Dilma.
"Só que não temos uma bola de cristal para antever a realidade. É próprio do ser humano querer controlar o futuro, senador. Mas estamos no reino das estimativas”, disse a presidente afastada.
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15. Lúcia Vânia (PSB-GO)
A senadora fez uma explicação sobre o que acredita ser o crime de responsabilidade cometido por Dilma Rousseff e, no final de sua fala, questionou a presidente afastada se as medidas adotadas por seu governo comprometeram a capacidade de cumprir a meta fiscal de 2015.
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Dilma começou respondendo que a metodologia fiscal usada por seu governo até dezembro de 2015 foi a mesma utilizada pelos governos anteriores.
Segundo a petista, a discussão começou após uma mudança de entendimento do TCU: "Eles decidem que é pra pagar e modificar a forma de registro da estatística. Começa uma discussão: se a gente podia pagar parcelado ou não".
"Nós queríamos pagar parcelado. Chega um momento, senadora, que o risco é imenso de tentar fazer um parcelamento. Então, senadora, a bem da estabilidade das regras em relação a nós, pagamos à vista."
"Caso nós não tivéssemos pago isso, obviamente a situação fiscal seria maior [sic]."
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16. Vanessa Grazziotin (PC do B-AM)
Uma das principais defensoras de Dilma, Vanessa Grazziotin dedicou seu discurso a defender a aliada. "Esse aqui é o embate político, de quem perdeu nas eleições", disse a senadora. "Porque o PSDB pagou R$ 45 mil por essa acusação", continuou, antes de ser interrompida por gritos no plenário e pelo presidente do STF, Ricardo Lewandowski, que preside o julgamento.
"Quando eu aqui venho e digo a verdade, aqueles que querem a saída da presidente Dilma Rousseff, que ficam nervosos quando nós falamos em golpe, se levantam. Não falei nenhuma mentira, foi esse partido aqui, o PSDB, que pagou por esse processo", continuou a senadora.
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Dilma começou sua fala agradecendo os elogios, mas quase confundiu o nome de Vanessa Grazziotin com o de uma famosa funkeira: "Senadora Vale... Vanessa, muito obrigada pela sua intervenção".
Depois, a presidente afastada disse que, caso seja impedida, estaremos não apenas diante de um "golpe", mas "diante de uma verdadeira eleição indireta".
Em seguida, a petista defendeu a necessidade de uma reforma política, para que o número de partidos no Brasil seja menor e o sistema funcione de modo mais eficiente.
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17. Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
O senador disse que Dilma não responde às questões, mas seguindo um roteiro. O paraibano disse que não há golpe já que os Poderes estão funcionando normalmente. Cunha Lima lembrou que o processo de impeachment nasceu nos protestos de rua, não no Congresso.
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"Não sejamos ingênuos aqui. Todos sabemos como foi aceita a denúncia deste processo", começou Dilma.
"Foi uma chantagem do Eduardo Cunha […] Algumas lideranças, não todas, é verdade, eram as mais esfuziantes em tirar fotos com o Eduardo Cunha. A vida é assim, dura [risos]. Então não há que se falar em espontaneidade neste processo."
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18. Cidinho Santos (PR-MT)
Suplente do senador Blairo Maggi, que se tornou ministro de Temer, Cidinho criticou os cortes no Minha Casa, Minha Vida, o Fies, o Pronatec. Ele disse que Dilma prometeu um governo na campanha e entregou outro, quando assumiu.
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A presidente diz que não foi ela, mas Temer, que suspendeu o Minha Casa, Minha Vida, o Pronatec e o Ciência Sem Fronteiras.
"Acho que o senhor não está informado", disse a presidente afastada.
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19. Armando Monteiro (PTB-PE)
Contra o impeachment, o senador e ex-ministro criticou a mudança do Congresso, que abandonou o discurso da responsabilidade fiscal sob Temer, e disse que Dilma está sendo vítima de uma injustiça. Monteiro defendeu que, em vez de um ajuste de curto prazo, o país faça uma reforma no sistema de arrecadação de impostos.
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Dilma defendeu a mudança da estrutura tributária do país para, diferentemente do que acontece hoje, segundo ela, passar a tributar lucros das empresas e não apenas os mais pobres. Dilma disse que uma reforma tributária precisa corrigir essas distorções.
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20. Eduardo Amorim (PSC-SE)
O senador sergipano criticou Dilma pela falta de diálogo com o Congresso. Ele disse que a crise econômica não é mundial, mas brasileira, e perguntou o que Dilma faria no resto do mandato que lhe resta, caso volte a ser presidente, diante do “quadro nefasto” na economia.
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A crítica tocou Dilma, que mais tarde pediu desculpas a Amorim por tê-lo frustrado quanto à falta de diálogo. A presidente afastada disse que processos podem seguir o rito, mas condenar inocentes. Como é o caso dela no atual processo de impeachment.
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21. Acyr Gurgacz (PDT-RO)
Ele perguntou como a presidente vai recompor a governabilidade se voltar ao cargo.
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Dilma disse que apoiaria a convocação de um plebiscito para eleições diretas e reforma política. “Não só nós, mas o povo sabe como está numa situação extremamente delicada. Não acredito em um governo que não teve os votos na urna. O meu governo teve. este não”, afirmou.
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22. Gleisi Hoffmann (PT-PR)
A senadora falou do documentário que estão filmando sobre o impeachment que suscitou críticas “daqueles que queriam se esconder deste momento tão cretino da história do parlamento”.
Ela não fez perguntas, apenas criticou o “processo farsesco” do afastamento de Dilma. Gleisi enumerou obras que foram feitas no governo Dilma nas bases eleitorais dos senadores que apoiam o impeachment, como Cristovam Buarque (PPS-DF), Garibaldi Alves (PMDB-RN) e Marta Suplicy (PMDB-SP). Ela não fez perguntas.
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Dilma usou a Olimpíada como exemplo para citar as realizações em infraestrutura de sua governo. Além das obras da Vila Olímpica e das instalações esportivas para as competições, Dilma citou obras de modernização dos aeroportos nas principais cidades brasileiras. E citou a entrega de 2,6 milhões de moradias no Minha Casa.
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23. Paulo Paim (PT-RS)
Invocando ser conterrâneo de Getulio Vargas, João Goulart e Brizola, o senador gaúcho criticou “aqueles que estavam dentro de um palácio e a traíram”. O senador comparou: “Imaginem se uma Câmara de Vereadores com uma maioria eventual resolve abrir o processo e cassar o prefeito? É isso que estamos vivendo”.
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Sucinta, Dilma disse ter orgulho das políticas sociais.
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24. José Aníbal (PSDB-SP)
O senador tucano abriu sua intervenção falando que conhece Dilma Rousseff há 50 anos e a respeita. Ele diz que torcia por Dilma até 2012, quando ela editou uma medida provisória que “baixou a conta de luz na marra” e provocou danos ao setor elétrico.
Segundo ele, a bondade de 2012 custou aumentos na conta de luz depois. Aníbal criticou Dilma por “terceirizar” as suas responsabilidades e não assumir erros. Ele citou como exemplo o peso que ela dá a Eduardo Cunha pela crise do país.
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A presidente afastada passou o recibo, dizendo que conhece Aníbal há 50 anos.
Ela defendeu a medida que reduziu o valor da conta de luz em 2012 porque o país tem de cumprir contratos. Dilma afirmou que o consumidor já havia pago pelos investimentos na rede. “Contratos sempre são cumpridos em favor dos concessionários. Também devem ser cumpridos quando é a favor do usuário”, disse.
Dilma atribuiu o aumento da conta de luz em 2014 à crise hídrica, que, segundo ela, obrigou o país a lançar mão da energia mais cara de termelétricas para evitar apagões. E deu uma alfinetada nos tucanos de São Paulo: “No seu Estado, teve a questão do volume-morto”.
Dilma disse que assume suas responsabilidades e criticou a tentativa de “inocentar” Eduardo Cunha. “Os movimentos de rua apoiavam o sr. Eduardo Cunha. A defesa do combate à corrupção não foi feita neste momento. Vimos o oposto disso”.
“Não é possível ter dois pesos e duas medidas. Atribuir a três decretos e ao plano safra, de subsídio à agricultura, não tem base em qualquer análise econômica séria, mas é o instrumento político para aqueles que querem me condenar sem provas. Como o senhor”.
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25. Ataídes Oliveira (PSDB-TO)
O senador disse que tinha "muitas perguntas" a fazer, que "o povo quer saber". Discorreu sobre como os governos de Lula e Dilma gastaram muito e mal. No meio de sua fala, questionou por que o Fies, programa de financiamento estudantil, havia sido suspenso pelo governo Dilma.
Ao final, concluiu: "Eu não tenho pergunta a fazer, porque são tantas...".
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"Eu agradeço as suas considerações", disse Dilma, irônica. "Se há tantos crimes, eles não estão na denúncia."
Depois, respondeu a questão do financiamento estudantil: "No caso do Fies, nós fomos ajustando o Fies, nós jamais acabamos com o Fies. Talvez o senhor não saiba disso. Eu não tenho informações se ele foi acabado ou não agora pelo governo interino. Pelo meu governo, ele não foi. O que nós fizemos foi mudar as exigências".
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26. Lindbergh Farias (PT-RJ)
Lindbergh diz que Dilma é vítima de um tribunal de exceção. A senhora está aqui enfrentando um julgamento de exceção. “Isso aqui é um tribunal de exceção onde o acusado passa a acusador. Hoje aqui no Senado a senhora está virando o jogo”.
O senador evocou um famoso discurso do escritor Emile Zola (1840-1902), “J’Accuse” (“Eu acuso”, em português). Publicado em forma de carta aberta em 1898, Zola acusou o então presidente francês Felix Faure de antissemitismo no controverso julgamento do oficial do Exército francês Alfred Dreyfus sob alegação de espionagem. Mesmo sem provas, ele foi condenado a prisão perpétua e o texto de Zola é um célebre libelo contra a injustiça.
Lindbergh copiou Zola sem citá-lo nominalmente: “Eu acuso Cunha e Temer de liderar uma conspiração parlamentar contra o seu mandato. Eu acuso que a conspiração teve continuidade no Senado, como mostra a gravação de Romero Jucá com Sérgio Machado para derrubar o seu governo para “estancar a sangria”, a Lava Jato. Eu acuso a burguesia brasileira que está por trás disso tudo.[…] Eu acuso a Rede Globo que pediu desculpas ao Brasil, três anos atrás, por apoiar o golpe de 1964 e agora embarca em outro golpe. Eu acuso o PSDB por não ter aceito o resultado das eleições e ter se aliado a Eduardo Cunha.
A ideia de Lindbergh nem é propriamente original nesta crise política. Em 13 de maio, o filósofo Vladimir Safatle já havia publicado, em sua coluna, no jornal Folha de S.Paulo, um texto com a mesma pegada sob o título “Nós acusamos”.
Leia aqui.TV Senado / Reprodução
Dilma Rousseff não perdeu a oportunidade. Ela começou criticando o pato da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), um dos símbolos dos protestos de rua. “Quem paga o pato da crise? Alguns acreditam que são só as classes trabalhadoras, as classes médias, os profissionais liberais e os pequenos empresários. Isso não é possível. não é possível adotar diante da crise um programa ultraliberal na economia e ultraconservador, reacionário, contra mulheres, LGBT e os trabalhadores”.
“Como ninguém pode dizer que esse programa [de Temer] foi aprovado nas urnas, arrumam um golpe, um impeachment sem crime de responsabilidade. é isso que está por trás do golpe”.
E bateu em Eduardo Cunha, que aceitou o impeachment: “Eduardo Cunha é o padrinho do golpe […]. Por que [o julgamento da cassação do mandato dele na Câmara] está sendo adiado para as calendas gregas. Não tenho contas no exterior nem imóveis. Como condenam uma pessoa inocente por três decretos e um plano safra e criam um conluio para evitar esse julgamento”, discursou.
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26. Tasso Jereissati (PSDB-CE)
O senador começou ironizando Lindbergh Farias (PT-RJ) sobre a evocação, sem citar, do escritor francês Émile Zola: “Não sabia que o Zola não era francês. Mas que tinha nascido na Paraíba e se mudado para Nova Iguaçu”.
Tasso referiu-se à metáfora da árvore usada por Dilma para dizer que o que “carcomeu” a planta foi a corrupção e a incompetência da era PT.
O senador tucano também mencionou que a história pessoal de Dilma era conhecida e respeitada por todos os senadores, os a favor ou contra o impeachment.
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"Eu sou a mesma mulher que resistiu à ditadura. Eu não sou duas mulheres, eu sou uma só. Eu só referi a minha história porque me orgulho dela."
Dilma explicou a citação da “árvore frondosa” como metáfora para a democracia brasileira pós-Constituição de 1988. “Não há um machado ceifando a árvore, mas um ataque de fungos e parasitas ceifando as instituições”.
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27. Fátima Bezerra (PT-RN)
A senadora começou a fala lamentando que, em seu primeiro mandato na Casa, tivesse que participar do julgamento de Dilma. "A senhora está, mais uma vez, do lado certo [da história]", afirmou a petista.
Em seguida, "como professora", a senadora enumerou programas dos governos Lula e Dilma na área da educação.
Após o discurso, Fátima fez a pergunta: "Como a senhora se sente quando vê que pode ser afastada da Presidência da República e perder mais uma vez os seus direitos políticos por inserir a educação no centro do projeto nacional?".
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Dilma afirmou que, durante seu governo, ampliou o limite de gastos para a área de educação.
Em seguida, ela citou o Enem como um exemplo de inclusão nas universidades. Em seguida, passou a falar sobre como outras medidas dos governos petistas — como o Minha Casa, Minha Vida — ajudaram na melhoria de vida da população.
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28. Regina Sousa (PT-PI)
O ponto marcante da fala da petista diz respeito ao preconceito que, segundo ela, Dilma sofreu por ser mulher. "Com o seu impedimento eles nos dizem: mulher não pode", afirmou a senadora. "A senhora não cabe no modelito desenhado pela elite conservadora deste país."
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"Eu não acho que essa seja a razão única ou só essa a razão. Tem sempre um componente de misoginia e de preconceito contra as mulheres nas ações que ocorreram contra mim", começou Dilma.
"Eu fui descrita, senadora, como uma mulher dura. E sempre disse que era uma mulher dura no meio de milhões de homens meiguíssimos. Eu nunca ouvi, senadora, ninguém acusar um homem de ser duro. E a gente sabe que eles são."
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29. Humberto Costa (PT-PE)
Aliado de Dilma, o petista criticou a postura do governo de Michel Temer (PMDB). Segundo o senador, assim que o peemedebista assumiu, a equipe econômica dele aumentou os gastos do Orçamento federal.
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Dilma voltou a argumentar que não cometeu crime de responsabilidade. E, de novo, disse que o governo Temer está implementando um programa econômico que "não foi aprovado" pelo voto popular.
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30. Telmário Mota (PDT-RR)
Ex-petista e um dos senadores ainda indecisos, Telmário Mota sinalizou, em seu discurso, que irá votar contra o impeachment de Dilma Rousseff. Ao final de sua fala, perguntou "com quem" ela governará caso seu impedimento não prospere. "Essa é que é a grande pergunta da nação brasileira."
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Dilma concordou com Telmário, e arrematou que não irá governar com o "PMDB do mal". Disse a presidente afastada: "Senador Telmário, Deus me livre do que o senhor chamou de PMDB do mal". Mais à frente, Dilma completou: "Com esse PMDB eu nunca governarei".
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Além dos senadores acima, até as 22h30 desta segunda (29) também falaram os seguintes senadores:
- Jorge Viana (PT-AC)
- Hélio José (PMDB-DF)
- Ângela Portela (PT-RR)
- José Reguffe (PDT-DF)
- José Agripino Maia (DEM-RN)
- Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
- Flexa Ribeiro (PSDB-PA)
- José Pimentel (PT-CE)