Nesta quinta-feira (22), o presidente Michel Temer (PMDB) anunciou uma reformulação nas diretrizes do ensino médio. A mudança afeta tanto escolas públicas quanto particulares.
O Planalto enviou o texto da medida provisória ao Congresso.
O anúncio começou por volta das 15h, e o texto da medida provisória foi distribuído aos jornalistas presentes.
A versão inicial previa que as disciplinas de artes, filosofia, educação física e sociologia deixassem de ser obrigatórias no ensino médio — o que gerou reação nas redes sociais.
Por volta das 19h, o Palácio do Planalto começou a consertar o erro. O ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), gravou um vídeo dizendo que nenhuma disciplina seria excluída.
Foi aí que o governo admitiu que havia divulgado a versão errada do texto da medida provisória. O Ministério da Educação afirmou que o texto ainda passaria por "ajustes técnicos".
Segundo o órgão, todas as disciplinas continuarão obrigatórias até que seja definida a Base Nacional Curricular Comum, cujo debate deve se estender até meados do ano que vem.
Não é a primeira vez que o governo Michel Temer é fustigado por erros de comunicação. Situações semelhantes ocorreram em ao menos outras duas ocasiões.
Em maio, o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), afirmou que a abrangência do Sistema Único de Saúde deveria ser revista. Dias depois, voltou atrás e disse que foi mal interpretado.
Algo parecido aconteceu no início de setembro, quando o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB), disse que o governo estudava aumentar a carga horária para 12 horas.
A reação negativa foi imediata, e o ministro votou a falar para consertar o que havia dito antes: segundo ele, a proposta não impactaria a jornada semanal, que continuaria em 44 horas.
Temer também teve que apagar um incêndio na comunicação quando uma somatória de informações desencontradas fez a internet concluir que o governo estudava ampliar a jornada para 80 horas semanais — o que era mentira.