Muita gente reclamou que o debate da Globo com candidatos à Prefeitura de São Paulo, nesta quinta-feira (29), foi morno.
O que quase ninguém percebeu é que o formato escolhido pela Globo contribuiu para a monotonia das discussões.
Como nos blocos com temas pré-determinados cada candidato poderia responder até duas perguntas — de um total de seis —, houve candidatos que falaram mais.
Em São Paulo, foi isso que possibilitou o isolamento de Fernando Haddad (PT), que tenta a reeleição.
Marta Suplicy (PMDB) e Celso Russomanno (PRB), que disputam vaga no 2º turno com o petista, puderam ignorar o candidato — que foi questionado apenas pelos nanicos Luiza Erundina (PSOL) e Major Olímpio (SD).
No fim das contas, João Doria (PSBD) — que está na liderança isolada da disputa — foi o mais requisitado para responder.
No entanto, Marta (que o escolheu três vezes para responder) e Russomanno (uma vez) preferiram manter distância do líder e não fizeram perguntas desconfortáveis ao tucano — papel que restou a Erundina, que tem poucas chances no páreo.
Atualização, 30.set.2016, às 18h27: em nota, a comunicação da Globo disse que "as regras do debate são discutidas e acordadas com todos os candidatos previamente".
A emissora afirmou, ainda, que "todos os candidatos têm exposição, visto que quem pergunta também pode expor seu posicionamento na réplica". Leia a íntegra da nota abaixo:
As regras do debate são discutidas e acordadas com todos os candidatos previamente. São também explicadas pelo apresentador antes do início do debate. Neste formato, usado também por outras emissoras, todos os candidatos têm exposição, visto que quem pergunta também pode expor seu posicionamento na réplica.