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Ex-presidente da Petrobras usava app que apaga mensagens, mas acabou guardando prints

Aldemir Bendine, preso pela Lava Jato nesta quinta (27), se comunicava pelo Wickr, aplicativo em que textos se autodestroem. Ele, porém, guardou cópias de algumas das mensagens, que foram usadas como provas em seu pedido de prisão.

Identificado como Cobra nas planilhas da Odebrecht, Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, foi preso nesta quinta (27) pela Operação Lava Jato.

Dentre as provas anexadas ao pedido de prisão estão prints de conversas entre Bendine e o operador André Gustavo Vieira da Silva. A fim de não se incriminarem, eles se usavam o Wickr, aplicativo que apaga mensagens automaticamente.

Mas Bendine tirou prints e guardou no celular.

As imagens foram usadas pelo Ministério Público para provar a relação de proximidade entre Bendine e André Gustavo, que é sócio de uma empresa de publicidade no Recife.

Segundo dois delatores da Odebrecht — Fernando Reis e o ex-presidente da empresa, Marcelo Odebrecht —, André Gustavo intermediava pedidos de propina a Bendine.

Uma das mensagens enviadas pelo publicitário e guardadas por Bendine mostra o endereço em que ocorreu uma reunião secreta para tratar de propina com Marcelo Odebrecht.

Em outra mensagem a Bendine, André Gustavo lista pessoas próximas ao operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro, como o irmão dele, Dante, e a mulher dele, Raquel Pitta.

Pelos prints, não é possível saber quando as mensagens foram trocadas ou o contexto em que o diálogo aconteceu.

Também há uma mensagem em que André Gustavo informa a Bendine uma lista de agências de publicidade. São as mesmas empresas que participaram da licitação de publicidade do Banco do Brasil, no valor de R$ 500 milhões.

O governo cancelou a concorrência em maio, após o jornal Folha de S.Paulo revelar, antes da abertura dos envelopes, que a empresa Multi Solution seria a vencedora.

Em nota, o advogado de Bendine, Pierpaolo Bottini, afirmou que a prisão de seu cliente "deve ser reconsiderada".

Leia a íntegra.

“A prisão temporária de Aldemir Bendine com base em uma suposta viagem só de ida para Portugal deve ser reconsiderada, uma vez que a defesa juntou a passagem de volta e as reservas em todos os hotéis nos quais ele se hospedaria. Vale destacar que em 7 de julho o executivo juntou petição na qual se colocou à disposição do Ministério Público para esclarecer os fatos e juntou seus dados fiscais e bancários, abrindo mão do sigilo. A cautelar é absolutamente desnecessária.”

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