A Amazon injetou R$ 97,5 milhões em sua filial brasileira, em fevereiro, a fim de expandir seus negócios no país.
Em outubro de 2017, a empresa começou a vender eletrônicos no Brasil por meio do esquema marketplace, em que marcas e lojas podem usar a Amazon para chegar aos consumidores.
Agora, a varejista se prepara para fazer vendas diretamente aos seus usuários, como ocorre nos Estados Unidos.
A Amazon já realizou reuniões no Brasil com fabricantes das mais diversas áreas — de eletrônicos a perfumes, por exemplo — a fim de implementar a venda direta, conforme revelou a Reuters, em março.
A empresa também expandiu seu espaço de logística, ao alugar um novo galpão em Cajamar (SP), conforme mostrou o jornal O Globo no domingo (8). Um dos fatores que influenciou na decisão, segundo a reportagem, foi a perspectiva de crescimento da economia brasileira, que gira em torno de 3% para este ano.
Agora, um documento assinado em 1º de fevereiro e registrado na Junta Comercial de São Paulo mostra que as empresas controladoras da Amazon brasileira, Rainforest Holdco 1 e Rainforest Holdco 2 — registradas em Delaware, nos Estados Unidos —, repassaram R$ 97,5 milhões à filial por meio de contratos de câmbio.
No Brasil desde 2012, a Amazon só vendia livros até o ano passado, quando começou a expandir seus negócios aos poucos: primeiro com eletrônicos, depois com outros produtos, mas nunca por meio de venda direta.
Em nota, a Amazon afirmou que "nos últimos cinco anos estivemos comprometidos em desenvolver nosso negócio no Brasil e continuamos investindo para melhor servir nossos clientes brasileiros".
Conforme mostrou o BuzzFeed News, no ano passado a Amazon já havia injetado outros R$ 112 milhões na filial brasileira.
Para a Amazon, dinheiro não é problema — é solução.
Só nos últimos três meses de 2017, a empresa lucrou US$ 1,85 bilhão, recorde absoluto de sua história. Para efeito comparativo, desde que lançou ações na Bolsa, em maio de 1997, a empresa levou 14 anos para lucrar o equivalente ao lucro do último trimestre do ano passado.
Em todo o ano de 2017, a empresa lucrou US$ 3,03 bilhões — também um novo recorde, destronando o ano anterior, em que lucrou US$ 2,37 bilhões.
A Amazon usou sua liquidez como vantagem competitiva em diversas ocasiões.
A empresa usa o dinheiro tanto para diminuir taxas cobradas de vendedores no marketplace — que é de 10%, contra de 12% a 15% em outros sites — como para, no caso de venda direta, oferecer preços mais vantajosos que a concorrência.