12 motivos para lamentar Eduardo Cunha na presidência da Câmara

Envolvido em diversos escândalos de corrupção, o deputado trabalha contra os direitos das mulheres, dos gays e até dos usuários de internet.

1. Eduardo Cunha saiu da Companhia Estadual de Habitação do Rio por acusações de fraude em licitações.

Ueslei Marcelino/Reuters

Ele foi acusado de fraudar licitações para favorecer a construtora de um colega de partido durante o governo de Anthony Garotinho e saiu apenas alguns meses após assumir o comando da Companhia.

Curiosidade: na ocasião, a demissão de Cunha foi noticiada pela própria esposa, Claudia Cruz, durante o RJ/TV, da Globo, no ano de 2000.

2. O advogado do deputado usou documentos falsos para tentar livrá-lo da acusação de fraude nas licitações.

Reprodução/ pt.wikipedia.org

Os documentos falsos foram utilizados para arquivar uma investigação contra Eduardo Cunha no Tribunal de Contas do Rio, em 2002. A fraude foi atestada por laudo.

O Ministério Público Federal percebeu um conluio entre o subprocurador de Justiça Elio Fischberg, Cunha e o advogado Jaime Cukier. Os três viraram réus na Justiça. Apenas Fischberg foi condenado.

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3. O deputado foi citado nas investigações da operação Lava Jato e terá um inquérito aberto em seu nome.

Em depoimento à Polícia Federal sobre o esquema de desvios da Petrobras, o policial afastado Jayme de Oliveira Filho, conhecido como Careca, disse que entregou malas de dinheiro em uma casa na Barra da Tijuca que seria de Eduardo Cunha. Careca era responsável por distribuir recursos a mando do doleiro Youssef, o líder do esquema de lavagem de dinheiro revelado pela Operação Lava Jato.

4. Eduardo Cunha foi contra a neutralidade de rede e privacidade do usuário no Marco Civil da Internet.

Gustavo Lima/Câmara

Cunha sugeriu mudança no projeto que defende a autonomia das companhias no controle de fluxo dos usuários. Ele era a favor de que as empresas comercializassem pacotes de velocidades e preços diferentes de acordo com o conteúdo dos sites, o que fere o conceito de neutralidade de rede (que significa que todas as informações que trafegam na rede devem ser tratadas da mesma forma), um dos principais pontos do Marco Civil.

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5. O novo presidente da Câmara é autor da maioria dos projetos contra o aborto.

Reprodução/ commons.wikimedia.org

Eduardo Cunha também foi relator do Estatuto do Nascituro, que protege juridicamente a criança antes mesmo dela nascer.

6. Eduardo Cunha indicou Arthur Lira (PP-AL), acusado de agredir uma ex-companheira, para a presidir a Comissão de Constituição e Justiça.

Paula Sholl / Via site do PP

Enquadrado na Lei Maria da Penha, Arthur Lira é acusado de agredir Jullyene Cristine Santos Lins por quarenta minutos em 2006. O caso foi denunciado em 2012 e, em 2013, o deputado tornou-se réu no Supremo Tribunal Federal. Além de tapas e socos, Jullyene disse em depoimento que foi arrastada pelos cabelos e chutada enquanto estava no chão.

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7. Ele também foi ligado a denúncias de desvio de recursos na época do Mensalão.

No episódio do mensalão, Eduardo Cunha foi ligado a denúncias de desvio de recursos da Prece, o fundo de pensão da Cedae, Companhia de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro. Os desvios estavam ligados ao Mensalão, esquema de repasses de dinheiro público a partidos políticos.

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Eduardo Cunha é um dos deputados que defendem os projetos relacionados à "cura gay" e também se posiciona contra a união entre homossexuais dizendo que "não concorda com o reconhecimento disso como família".

E também um dos criadores do "Dia do Orgulho Hétero" e a "lei da heterofobia".

Reprodução/ g1.globo.com

Além do "Dia do Orgulho Hétero", Eduardo Cunha também propôs a "lei da heterofobia" (PL 7.382/10), para punir a discriminação contra pessoas heterossexuais.

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9. Eduardo Cunha é um dos responsáveis por Marco Feliciano ter ido parar na Comissão Nacional dos Direitos Humanos na Câmara.

Reproduçãp/ pt.wikipedia.org

O PSC, partido de Feliciano, conquistou quatro vagas na Comissão de Direitos Humanos da Câmara em 2013, mesmo que pelo regimento interno o partido não tivesse direito a nenhuma cadeira. Isso aconteceu com a ajuda de Eduardo Cunha, que cedeu as duas vagas do seu partido (PMDB) na comissão e duas outras vagas do PSDB, que lhes haviam sido entregues depois de um acordo interno.

Já Eduardo Cunha tinha interesse em agradar Feliciano porque o pastor era relator de projetos que propunham acabar com o exame da OAB, projeto que foi apresentado por Eduardo Cunha em 2011. A briga com a OAB, por sua vez, teve início em 2010, quando ele foi retirado da relatoria do anteprojeto do Código de Processo Civil (CPC) por influência direta da OAB.

10. Ele também foi acusado de ter vendido por R$ 800 mil uma casa ao traficante Juan Carlos Abadia.

Casa da Abadia em Angra dos Reis/Divulgação/LEJ

Em outubro de 2007 a deputada estadual Cidinha Campos (PDT-RJ) acusou Cunha de ter vendido um imóvel em Angra dos Reis por US$ 800 mil ao traficante de drogas Juan Carlos Abadia, preso no mesmo ano. Cunha teria comprado a casa de volta por US$ 700 mil. O deputado negou todas as acusações de Cidinha.

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11. Eduardo Cunha também foi acusado de envolvimento em um esquema que resultou um rombo de ao menos R$ 850 milhões em impostos.

Entre 2002 e 2006, uma CPI apurou que um esquema de venda de combustíveis sem o recolhimento de impostos no Rio de Janeiro. Eduardo Cunha foi acusado de participar do esquema e teve vários contatos confirmados com Ricardo Magro, dono da refinaria de Manguinhos, apontado como uma das principais cabeças da fraude.

12. O novo presidente da Câmara dos Deputados foi acusado de ter participado do esquema de corrupção do amigo Paulo César Farias.

Jefferson Rudy/CB/http://D.A Press

O ex-presidente Fernando Collor nomeou Eduardo Cunha como presidente da Telerj (Telecomunicações do Estado do Rio de Janeiro) em 1991, atendendo à sugestão de Paulo César Farias, amigo de ambos. Ele ficou no cargo por dois anos e teve as contas reprovadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União), que apontou contratação de servidores sem concurso e licitações irregulares. O processo foi arquivado por "prescrição de prazo".

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